quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Relatório sobre a Conferência de Bali

1 - A Conferência da ONU sobre Mudança do Clima
realizada em Bali nos primeiros dias de dezembro, teve um resultado
acima da expectativa, dado o pessimismo com que foi instalada.


2 - Entretanto, este resultado ficou abaixo do julgado
necessário, com base nas previsões do IPCC relativas às emissões de
gases que agravam o efeito estufa, ao aumento da temperatura global da
Terra e às mudanças climáticas, com risco para o futuro da humanidade.


3 - Terminou acima da expectativa porque os EUA na última
hora concordaram, sob grande pressão, a assumir o compromisso de
reduzir suas emissões, juntando-se aos demais países desenvolvidos,
após 2012. Neste ano terminará o prazo dado pelo Protocolo de Kioto
para os países ricos e ex-comunistas reduzirem suas emissões, como um
todo, abaixo do valor que tinham em 1990. Estes países foram
enquadrados no Anexo I da Convenção do Clima da ONU por terem alto
consumo de energia per capita, em especial de combustíveis fósseis
cuja queima produz o CO2.


4 - Bali superou o pessimismo também porque os países em
desenvolvimento, especialmente China, Índia, Brasil e África do Sul,
concordaram em tomar medidas para conter o aumento das emissões de
maneira voluntária, porém ?quantificáveis e verificáveis?. Assim,
entraram todos no mesmo barco para chegar em 2012.


5 - Mas, ao contrário do desejo de alguns, manteve-se o
princípio formulado na Conferência do Rio, em 1992, da
?responsabilidade comum, porém diferenciada? entre países do Anexo I e
os países em desenvolvimento, que têm baixo consumo de energia per
capita. Assim, enquanto os primeiros se obrigam a reduzir emissões, os
últimos deverão conter o aumento delas por metas voluntárias, mas
verificáveis. De certo modo resgata a antiga proposta de contração e
convergência para diminuir a distância entre o consumo de energia dos
países ricos e o dos países em desenvolvimento.


6 - Essas deliberações se consubstanciaram no chamado ?Road
Map?, que mapeará o caminho para se chegar aos novos compromissos para
o período que começará em 2012. Essa expressão foi cunhada com forte
participação dos negociadores brasileiros em uma reunião prévia à de
Bali. Foi convidado XXXXX Figueiredo, do Itamarati, para presidir a
Comissão criada em Bali pela ONU para dar curso às decisões da
Conferência.


Isso reflete a importância do Brasil, ao lado da China, nas negociações


7 - Além dos negociadores oficiais do Itamarati e dos
Ministérios do Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia, houve uma
intensa atividade de membros da sociedade civil brasileira presente em
Bali, participando de diferentes seminários e reuniões paralelas às
negociações.


8 - O Fórum Brasileiro de Mudança Climática apresentou a
proposta de um Plano de Ação para o Brasil, colocando a necessidade de
metas para redução do desmatamento, no seminário que o governo do
Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria do Ambiente /
Superintendência de Mudança Climática, organizou em Bali para discutir
as medidas tomadas no Estado e no Brasil para mitigar emissões.


9 - Um ponto específico de caráter técnico, acompanhado pela
Petrobrás em Bali, foi a discussão sobre o seqüestro geológico do CO2,
sobre o qual a posição do Brasil, expressa pelo chefe do Grupo de
Mudança Global do MCT, José Miguez, é contrária à sua inclusão no
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, mas favorável a estudos e
pesquisas nessa área.


10 - O Fórum realizou uma importante reunião em Bali com a
presença da ministra Marina Silva e do embaixador Sérgio Serra, além
de outros membros do governo, da qual participaram maciçamente pessoas
das ONG?s, de universidades e de empresas. Nesta reunião, diversas
críticas dos participantes foram abertamente discutidas e algumas
sugestões foram acolhidas pelos representantes do governo.


11 - Um ponto debatido na reunião do Fórum, além dos já
abordados acima, foi o do desmatamento, maior responsável pelas
emissões brasileiras. Houve dificuldade nas negociações na Conferência
neste ponto.


12 - O governo brasileiro defendia desde a Conferência
anterior, de Nairobi, um mecanismo para compensar financeiramente os
países que reduzirem seu desmatamento, como ocorreu no Brasil nos
últimos três anos. O desmatamento também é um grave problema na
Indonésia, país sede da Conferência. A Índia se colocou contra a
posição do Brasil, o qual se recusou a deixar a questão da preservação
da floresta a cargo do mercado internacional de carbono.


13 - O ministro Celso Amorim foi claro neste ponto na sua
coletiva à imprensa, enfatizando a necessidade de políticas públicas
dos governos nacionais contra o desmatamento. Ao fim, graças ao
esforço da delegação, especificamente das negociações feitas pelo
embaixador Everton Vargas e pela secretária de Mudança Climática do
MMA, Thelma Krugg, se chegou a um termo comum razoável na Conferência,
que ainda terá de ser trabalhado.


14- Em seguimento a Bali, deve-se cobrar no Brasil a
instalação da Comissão Interministerial, criada por ato do Presidente
da República pouco antes de Bali, para elaborar o Plano de Ação sobre
Mudança Climática, sugerido pelo Fórum.


15 - A lamentar em Bali foi a pouca importância dada na
Conferência em geral às advertências do IPCC.



Rio, Luiz Pingueli Rosa

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

São Paulo ganha Política Estadual de Educação Ambiental

O estado de São Paulo agora tem a sua Política Estadual de Educação Ambiental que, na prática, vai ajudar a organizar as estratégias de educação ambiental que forem organizadas no território paulista. A Lei Estadual 12.780/2007 (que você pode acessar pelo site da Assembléia, que institui a política, foi aprovada no começo de dezembro, com alguns vetos dos artigos considerados “insconstitucionais ou que ferem a autonomia dos poderes” (leia sobre os vetos no final da matéria).
A política conceitua a educação ambiental de maneira mais ampla, preocupada não apenas com o meio ambiente e a natureza, mas ligada à qualidade de vida e a questões sociais. No texto, a definição de EA engloba "os processos permanentes de aprendizagem e formação individual e coletiva para reflexão e construção de valores, saberes, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências, visando a melhoria da qualidade de vida e uma relação sustentável da sociedade humana com o ambiente que integra".
A lei de educação ambiental no estado reforça também o conceito de transversalidade na educação formal, orientando sua abordagem interdisciplinar e a exploração do tema nos diferentes graus do Ensino – reconhecendo que EA não deve ser uma disciplina específica, mas inserida no dia-a-dia da escola. E dispõe sobre a “educação através da comunicação” no artigo 7: cabe “aos meios de comunicação de massa de todos os setores promover, disseminar e democratizar as informações e a formação por meio da educomunicação, de maneira ativa e permanente na construção de práticas socioambientais”.
A educomunicação também entra no capítulo que se refere à educação não-formal, isto é, fora do ambiente escolar. No artigo 22, cabe ao poder público criar instrumentos para viabilizar, entre outros, “a promoção de ações educativas, por meio da comunicação, utilizando recursos midiáticos e tecnológicos em produções dos próprios educandos para informar, mobilizar e difundir a educação ambiental”..
O mais interessante nisso tudo é que o processo que culminou com a lei aconteceu fora da Assembléia Legislativa e movimentou a sociedade civil. A Rede Brasileira de Educação Ambiental, que envolve indivíduos e entidades que trabalham com EA, foi quem iniciou as discussões sobre o texto para uma lei sobre o tema no estado. Muitas dessas discussões foram feitas no mundo virtual, utilizando uma rede que funciona há alguns anos para discutir educação ambiental.
O texto foi ganhando corpo e, durante o III Encontro Estadual de Educação Ambiental, realizado no final de julho de 2007, em São José do Rio Preto (leia mais clicando no arquivo da revista Nova Escola), grupos de trabalho se reuniram para dar sugestões e amarrar a política final para ser enviada à Assembléia Legislativa. Vale lembrar que o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), que reúne governo e sociedade civil, deu total apoio à iniciativa e participou da elaboração do texto, assim como representantes diretos das secretarias Municipais de Educação e de Meio Ambiente.
E os vetos?
A Repea envia esta semana, ao secretário de meio ambiente Xico Graziano, uma carta de repúdio aos vetos da lei que instituiu a Política Estadual de Educação Ambiental. O que mais desagradou aos participantes da Repea foi o veto ao artigo que tratava da “obrigatoriedade da inclusão da educação ambiental como disciplina ou atividade curricular nos cursos superiores de licenciatura. Segundo a carta do grupo, esse esforço seria importante para avançar nas questões ambientais dentro da educação superior, o que posteriormente se reflete no ambiente escolar.
Também foi vetada a criação da CIEA – Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental, que já existe no Paraná e no Distrito Federal. Essa comissão uniria esforços não só do governo estadual para promover ações de EA, mas também o governo federal e terceiro setor.
Apesar dos vetos (que poderão, a princípio, serem revistos), a votação recorde da lei é uma vitória. O texto da lei é objetivo, com uma proposta moderna para encarar a educação ambiental como parte inerente da cidadania. E para quem acha que “leis não servem para nada”, vale lembrar: leis legitimizam processos e conceitos, e a PEEA servirá para organizar – e incentivar – ainda mais a educação ambiental.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

História da Sustentabilidade

Leonardo Boff


Fonte: Jornal do Meio Ambiente - 28/11/07

A categoria sustentabilidade é central para a cosmovisão ecológica e, possivelmente, constitui um dos fundamentos do novo paradigma civilizatório que procura harmonizar ser humano, desenvolvimento e Terra entendida como Gaia. Comumente a sustentabilidade vem acoplada ao desenvolvimento. Oficialmente o conceito desenvolvimento sustentável foi usado pela primeira vez na Assembléia Geral das Nações Unidas em 1979. Foi assumido pelos governos e pelos organismos multilaterais a partir de 1987 quando, depois de quase mil dias de reuniões de especialistas convocados pela ONU sob a coordenação da primeira ministra da Noruega Gro Brundland se publicou o documento Nosso Futuro Comum. É lá que aparece a definição tornada clássica:"sustentá vel é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades" .

Na verdade, o conceito possui uma pré-história de quase três séculos. Ele surgiu da percepção da escassez. As potencias coloniais e industriais européias desflorestaram vastamente seus territórios para alimentar com lenha a incipiente produção industrial e a construção de seus navios com os quais transportavam suas mercadorias e submetiam militarmente grande parte dos povos da Terra. Então surgiu a questão: como administrar a escassez? Carl von Carlowitz respondeu em 1713 com um tratado que vinha com o título latino de Sylvicultura Oeconomica. Ai ele usou a expressão nachhaltendes wirtschaften que traduzido significa: administração sustentável. Os ingleses traduziram por sustainable yield que quer dizer produção sustentável.

De imediato surgiu a questão, válida até os dias de hoje: como produzir sustentavelmente? Apresentavam- se para o autor quatro estratégias. A primeira era política: cabe ao poder público e não às empresas e aos consumidores regular a produção e o consumo e assim garantir a sustentabilidade em função do bem comum. A segunda era a colonial: para resolver a carência de sustentabilidade nacional impunha-se buscar os recursos faltantes fora, conquistando e colonizando outros paises e povos. A terceira era a liberal: o mercado aberto e o livre comércio vão regular a demanda e o consumo, resultando então a sustentabilidade que será melhor assegurada se for apoiada por unidades de produção nos paises onde há abundância de recursos necessários para a produção. A quarta era técnica: para superar a escassez e garantir a sustentabilidade buscar-se-á a inovação tecnológica ou a substituição dos recurso escassos: em vez de madeira usar carvão e mais tarde, em vez de carvão, o petróleo.

Hoje com a distância temporal podemos dizer: se houvesse triunfado a estratégia política em razão do bem comum, a história econômica e social do Ocidente e do mundo teria seguido o caminho da sustentabilidade. Haveria seguramente mais eqüidade (os custos e os benefícios seriam mais igualmente distribuidos) , viver-se-ia melhor com menos e havera mais preservação dos ecossistemas.

Mas não foi este o caminho escolhido. Foi o do colonialismo, do imperialismo, do globalismo ecômico-financeiro e da economia política de mercado que gerou a grande transformação (Polanyi) com a mercantilizaçã o de todas as coisas e o submetimento da política e da ética à economia. A crise ecológica atual deriva deste percurso que, mantido, poderá ameaçar o futuro da vida humana. Agora é tempo de revisões e de buscas de alternativas paradigmáticas.

Leonardo Boff - Teólogo


quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Espetáculo de crescimento

Aldem Bourscheit

20.11.2007

Quem trabalha com madeira em Rondônia deve estar pulando de alegria.
As vendas do setor passaram de R$ 10 milhões no ano passado para R$
600 milhões até outubro de 2007. O faturamento cresceu quase 6.000% no
período. As informações são do Sistema Indústria, que reúne entidades
como CNI - Confederação Nacional da Indústria e IEL - Instituto
Euvaldo Lodi.

Esse 'espetáculo do crescimento' é registrado exatamente um ano depois
da Secretaria Estadual de Meio Ambiente - Sedam ter assumido as
funções do Ibama na área florestal. Desde o fim de 2006, o órgão
licencia propriedades rurais, autoriza planos de manejo e transporte
de madeira. Antes, tudo passava pelos escaninhos federais. A medida
foi possível com a sanção da Lei de Gestão de Florestas Públicas, em
março de 2006. Isso possibilitou ao governo federal jogar para os
estados a responsabilidade sobre suas florestas.

A explosão financeira do setor madeireiro rondoniense tem como base a
liberação de planos de manejo. Hoje são mais de 400 planos de manejo
registrados na Sedam, quatro vezes mais do que o verificado no fim de
2006. A área ocupada é de quase 90 mil hectares. O volume de madeira
projetado para ser produzido é de 3,9 milhões de metros cúbicos
anuais, suficientes para carregar mais de 700 mil caminhões.

Segundo madeireiros, o empresariado agora está livre da atuação do
Ibama, que antes usava "poder de polícia" e "trancava" planos de
manejo, levando a conflitos judiciais e ao engessamento do setor. Por
volta de 1994, Rondônia tinha mais de 3 mil empresas no ramo
madeireiro, mas esse número teria caído para 400 até o fim do ano
passado. Com a retomada do setor, hoje 1,5 mil empresas estão ativas.
Só madeireiras são 749, além de serrarias, depósitos, fábricas.

"Mesmo quem queria trabalhar corretamente não conseguia (na época do
Ibama). Agora saímos da idade da pedra. É possível ter uma gestão
monitorada, sustentável e eficiente", comemora Edmilson Cândido, da
Madedino Móveis e Madeiras e presidente do Sindicato das Indústrias
Madeireiras de Rolim de Moura.

O sistema implantado em Rondônia para o setor florestal é semelhante
ao de Mato Grosso, que gerencia essas atividades desde o início de
2006. Para trabalhar, as empresas devem se cadastrar na Sedam e podem
pagar taxas e gerar guias para transporte de madeira pela Internet. A
partir de 2008, empresas que se cadastrarem ou se recadastrarem terão
que comprovar fonte de madeira para os cinco anos seguintes e
apresentar um planejamento de 20 anos. O tempo para liberação de um
plano de manejo caiu de até dois anos para cerca de dois meses. Desde
o fim de 2006, a secretaria emitiu mais de 83 mil guias para
transporte de madeira.

"Aqui temos maior controle sobre guias florestais e sobre planos de
manejo. Cresceu a oferta de matéria-prima legal no estado", diz o
gerente do Núcleo de Desenvolvimento Florestal da Sedam Eugênio
Pacelli Martins. Da madeira produzida em Rondônia, 57,20% segue para
outros estados, 28,94% é exportado e 13,86% é consumida internamente.

Segundo o engenheiro florestal, nove entre cada dez planos de manejo
em atividade têm até 200 hectares, em pequenas propriedades rurais.
Planos de grande porte como o da Indústria de Madeiras Manoa, que atua
com manejo florestal em 73 mil hectares, em Cujubim, ainda dependem de
licença do Ibama. Ao estado cabe a emissão das guias para transporte
de madeira. "O acompanhamento dos planos é trimestral. E 80% deles já
foram vistoriados, têm reservas legais averbadas e licenciamento
aprovado", afirma Martins.

"Cheiro de falcatrua"

A decolagem do setor florestal de Rondônia, no entanto, tem deixado
muita gente com a pulga atrás da orelha. Uma delas é a ambientalista
Ivaneide Bandeira Cardoso, da organização não-governamental Kanindé,
de Porto Velho. Ela não entende como a oferta de madeira legal pode
crescer tanto em um estado que já desmatou 32% de sua área e onde só
haveria madeira dentro de Terras Indígenas, parques, reservas e outras
unidades de conservação. Rondônia tem 52 áreas protegidas federais e
estaduais. "Há cheiro de falcatrua, de madeira ilegal. Colocaram a
raposa para tomar conta do galinheiro", diz.

Rondônia, além de historicamente encabeçar os índices de desmatamento
na Amazônia, abrigará o primeiro caso de concessão de floresta pública
do País, na Floresta Nacional de Jamari, e as usinas de Santo Antônio
e Jirau, alicerces do PAC - Programa Federal de Aceleração do
Crescimento. Desde setembro de 2006, registrou cerca de 600% de
aumento nos desmates, principalmente dentro de áreas protegidas e
Terras Indígenas.

Uma fiscalização recente do Ibama na região de Alto Paraíso pode ser
reveladora. De 32 madeireiras averiguadas, dez não foram localizadas e
as 22 restantes foram autuadas por acobertarem madeira ilegal, sem
origem comprovada, em volume bem acima dos 10% tolerados pela
fiscalização. Algumas empresas tinham até 80% de madeira ilegal.
"Todas as madeireiras estavam irregulares nesse município. Esperamos
que tenham sido bloqueadas na Sedam", explica o gerente do Ibama em
Rondônia, Osvaldo Pitaluga.

O município de Alto Paraíso, cuja fama é promover uma inusitada
competição de veículos improvisados, conhecida Corrida Nacional de
Jericos Motorizados, é vizinho da Floresta Nacional do Bom Futuro e da
Reserva Extrativista Estadual do Rio Jaciparaná. Ambas sofrem com
desmates ilegais, garimpo, caça e outros problemas.

Conforme Pitaluga, há grande possibilidade de que "empresas de papel"
estejam operando com planos de manejo liberados pela Sedam para furtar
de madeira em parques e Terras Indígenas. O plano de manejo de um
pequeno agricultor de Cujubim era usado em Alto Paraíso. Cujubim é o
município que mais emite guias para transporte de madeira, seguido
pela capital Porto Velho, Alto Paraíso e Ariquemes.

Outros infratores teriam licença para manejar determinada área, mas
esquentam madeira com maior valor comercial retirada de unidades de
conservação. "Isso está acontecendo de forma clara. Grande parte da
madeira que circula em Rondônia não tem origem regular. Esperamos que
o estado tome as medidas necessárias para resolver o problema",
ressalta o gerente do Ibama.

Para Eugênio Pacelli Martins, o gerente do Núcleo de Desenvolvimento
Florestal da Sedam, as irregularidades apontadas pelo Ibama "não
procedem". Segundo ele, o órgão federal conseguiu fechar apenas três
madeireiras em Alto Paraíso. Elas estariam com licenças de operação
vencidas. "É intriga da oposição (as informações do Ibama). Diferenças
de medição sempre existem. Estamos trabalhando há apenas um ano e as
empresas mais antigas, se estão irregulares, já foram atribuição do
Ibama", diz.

Mas a situação em Rondônia, conforme ambientalistas, estaria à beira
do caos. Um dossiê repleto de denúncias sobre irregularidades
ambientais, sociais e trabalhistas será apresentado em janeiro ao
Governo Federal, em Brasília. O documento foi apresentado em setembro
à Conaflor - Comissão Coordenadora do Programa Nacional de Florestas,
formada por vários ministérios, órgãos estaduais, setores produtivos,
cientistas etc. "Pediremos intervenção federal em Rondônia", conta
Ivaneide Cardoso, da Kanindé.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Encontro reúne jovens de 30 cidades que atuarão voluntariamente em Programa de EA

Image

O Coletivo Jovem de Meio Ambiente de São Paulo (CJ-SP) deu início ao Programa de Educação Ambiental – Projeto Braço de Orion 001, com o encontro inicial – “Entremundos - Mapeando a Parentada” –, realizado na Vila Élvio, município de Piedade, em parceria com a Prefeitura Municipal e a ONG Taipal.

Reuniu os cerca de 70 jovens que atuarão voluntariamente como facilitadores locais das COMVIDAS para a conclusão da fase Gênese (concepção) do Projeto. A abertura contou com a presença do Diretor de Educação de Piedade, Caio da Silva Martori e o sr. Miguel, morador da Vila Élvio há mais de 120 anos :)

O “Entremundos” promoveu a integração dos jovens com idades entre 14 e 29 anos que animarão os Coletivos Jovens em suas respectivas cidades. Muitos já são atores sociais ativos em suas comunidades, que através do princípio “jovem educa jovem”, desenvolverão com os outros o interesse pela participação cidadã por meio das questões socioambientais.

Para Willian Vasconcellos, 24 anos, de Bertioga, o “Entremundos” foi “quatro dias de pura magia de vivenciar e saber, compreendendo a nossa responsabilidade sobre a mãe de todas as mães. A Mãe Terra é nossa e por isso devemos cuidar dessa Terra querida. É dever da gente protegê-la e principalmente saber que somos parte dela e que esse organismo tem que funcionar organicamente sem exploração”.

Norteado pelo Reencamento Humano, o encontro buscou tocar os jovens no coração e despertar novas iniciativas, o senso de coletividade e a unidade, com valorização da diversidade e da amizade, fortalecendo o CJ-SP. Patricia Guisord, de São Paulo, acha que o encontro foi um momento de partilha inesquecível. Para ela, a “Vila Élvio vai ficar em nossas histórias individuais”.

O Projeto Braço de Orion 001 envolverá durante um ano a criação de COMVIDAS em cerca de 70 escolas, distribuídas em cinco Bacias Hidrográficas de São Paulo, com apoio do Ministério da Educação através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) e é parte das ações do Coletivo Educador em parceria com o MMA.

Além do CJ-SP, Coletivos Jovens de mais 18 estados brasileiros também formarão COMVIDAS em escolas somando esforços do Movimento de Juventude e Meio Ambiente para o enraizamento de politicas públicas por meio do incentivo à implementação da Agenda 21 Escolar.

Fazendo a convergência dos conceitos de Educação Ambiental e Sustentabilidade e os 05 eixos metodológicos norteadores do projeto, todo a estratégia gestora será norteada por princípios ecológicos e tem como objetivo central garantir a comunicação e a agilidade da ação entre as cidades.

A proposta tem a finalidade de fortalecer a dinâmica contínua de jovens que educam jovens do Movimento de Juventude e Meio Ambiente e inicia a passos largos a caminhada ao enraizamento da EA realizada por jovens, num ambiente de solidariedade e intercâmbio de experiências em uma comunidade de prática e aprendizagem.

Um portal educomunicativo na WEB (www.flechadeluz.org) permitirá a troca de informações, a comunicação linear mútua e efetiva visão da rede que integram as escolas e comunidades que o Projeto envolve.

Legendas

1. Vila Élvio, em Piedade, interior de São Paulo

2. O diretor de Educação da Prefeitura de Piedade, Caio da Silva Martori, e o morador da Vila Élvio, Seu Miguel.

3. Este é o espírito da juventude agroecológica paulista: anticorpos de Gaia

4. Momentos de integração e dinâmicas autogestionadas foram elementos marcantes do encontro

Fonte: Eixo Comunicação - Conexão Braço de Orion

GUERRA DA LAGOSTA (um herói nacional que ganhou sem dar um tiro)

PAULO MOREIRA E A GUERRA DA LAGOSTA = por Gabriel de Almeida

No início dos anos 60, o Brasil e a França mobilizaram forças navais para tentar resolver uma disputa internacional, na qual lagosteiros franceses foram apreendidos, por autoridades brasileiras, por pescarem lagosta no litoral do nordeste. Este incidente ficou conhecido, na época, como a "Guerra da Lagosta".

Apesar da intensa mobilização naval em ambos os países, a diplomacia prevaleceu e ficou acertado um debate entre a França e o Brasil, em país neutro da Europa, para tentarem um acordo.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil recorreu à Marinha para que esta fornecesse um técnico em oceanografia. Quem melhor que o Alte. Paulo Moreira? Imediatamente este recebeu a missão de assessorar a Comissão Diplomática Brasileira, designada para o debate combinado.

O debate foi iniciado pelo representante francês, que intransigentemente oferecia apenas uma solução, que seria a admissão de que o Brasil não tinha o direito de proceder como procedeu e que a França tinha todo o direito de pescar lagosta naquela área de nosso litoral.

Os diplomatas brasileiros, contudo, tentaram estabelecer, com os representantes franceses, que a lagosta seria uma riqueza natural da plataforma continental e que, portanto, pertencia ao Brasil, embora os peixes, por se moverem livremente acima da plataforma, não fossem assim necessariamente considerados, respeitados os limites do mar territorial e os tratados internacionais firmados.
Mas, mesmo assim, insistiam em que a França tinha o direito de continuar pescando lagosta e parecia que o debate jamais chegaria a uma conclusão.

Durante todos estes longos debates, o Alte. Paulo Moreira mantinha-se atento, mas não fazia nenhuma intervenção, e só repondia laconicamente às perguntas de seus colegas brasileiros na referida comissão, que estavam, àquela altura, um tanto decepcionados com o desempenho do seu colega Almirante.

Como havia prazo para encerramento dos debates, chegou a hora das falas dos últimos representantes de cada país. O último francês a falar discursou exaustivamente, defendendo a tese de que a lagosta era apanhada durante seus pulos na água, momento em que, afastando-se da plataforma continental, nestas condições poderia ser considerada um peixe.

O último brasileiro a falar foi o Alte. Paulo Moreira, que calmamente subiu ao pódio e, num francês irrepreensivel, declarou apenas o seguinte:

"O Brasil está disposto a aceitar a tese da França se os dignos representantes franceses concordarem que: Quando o canguru dá seus saltos, pode ser considerado uma ave."

E foi sentar-se. O Brasil ganhou a questão.

Gestão ambiental portuária é exercida por profissionais adaptados em

A gestão ambiental portuária ainda é gerida por profissionais
adaptados em vários portos brasileiros. Essa é a conclusão de
especialistas do setor consultados por Portos e Navios, que apontam
como ponto nevrálgico a utilização de gestores sem as habilidades
específicas que a atividade requer, em terminais privados e portos
espalhados pelo país.

Há vários motivos para isso, desde a dificuldade de encontrar
profissionais com formação na área ambiental específica e, de
preferência, experiência portuária, até a falta de estruturação mesmo
da atividade, por parte da autoridade portuária. Em alguns casos, as
questões ambientais tendem a ser encaminhadas aos departamentos
jurídicos, ao invés de terem seus problemas discutidos por um
departamento especializado.

A função do gestor ambiental portuário, que ao longo dos anos vem se
desenvolvendo de maneira informal em alguns portos, tem sido
preenchida por agentes patrimoniais, da área de qualidade ou de
segurança. "Se por um lado isso é positivo por agregar o conhecimento
portuário desses profissionais à causa ambiental, por outro a falta
de formação na área de meio ambiente pode deixar a desejar no
desempenho das atividades", destaca um consultor que prefere
não se identificar.


Nos portos com departamento ambiental estruturado, a tarefa é
desenvolvida por profissional especializado, o que é mesmo desejável
já que a atividade portuária é de alto risco ambiental e de alta
complexidade.
Segundo Raymundo Quezada, diretor da Hydroambiente, empresa
especializada em meio ambiente, o cardápio de atividades de um gestor
ambiental portuário requer muitas habilidades: "Primeiramente, ele
deve possuir conhecimentos ambientais, entender de legislação e
licenciamento ambiental, sistemas de gestão ambiental, gerenciamento
de resíduos e emissões. Além disso, ele deve conhecer as
especificidades do negócio portuário e suas interfaces ambientais, ou
seja, legislação portuária, mercado internacional e demandas
comerciais, legislação internacional (ISPS Code, normas IMO, Normas
Marpol) e os aspectos ambientais do negócio portuário", resume ele.

Mas a lista de atribuições deste profissional não pára por aí. Para
ser um profissional completo, o ideal é que o gestor tenha
conhecimentos em sistemas da qualidade, saúde e segurança ocupacional
(SSO), bem como prevenção e combate a acidentes ambientais.

Fonte: Revista Portos e Navios - Edição 560 - setembro de 2007

Quezada demonstrou a aplicabilidade da resolução ao setores portuário
e de indústria naval e offshore, em decorrência da regulamentação da
Lei 9.966 (lei do óleo). As auditorias ambientais, de acordo com a
Conama 306, que também se aplicam às instalações de petróleo e gás,
terão de ser realizadas por auditores aprovados em um curso de
formação de auditores ambientais com duração de, no mínimo, 40 horas,
credenciado pelo Inmetro e reconhecido pelo Ministério do Meio
Ambiente, segundo a resolução a Portaria Ministerial 319, do
Ministério do Meio Ambiente. A responsável pela gestão ambiental do
porto de Santos, Alexandra Grotta, destacou a carência de auditores
formados para realizar essas auditorias conforme preconiza a Portaria
Ministerial que regulamenta a capacitação desses auditores, sem os
quais a Resolução do Conama não pode se tornar realidade.

Quezada esclareceu que isso ainda é uma realidade e que algumas
empresas certificaram os cursos para formação desses auditores no
Inmetro, conforme preconiza a referida portaria. "Acredito que, com a
realização desses cursos, em breve teremos um número suficiente de
auditores no mercado capacitados para atender a essa demanda
crescente gerada pela Conama 306", argumenta Quezada, que é instrutor
de um desses cursos credenciados para formação de auditores am

bientais.

Edição 561 - outubro de 2007 - Ecobrasil 2007

Carla Valdetaro, MSc

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Metade dos brasileiros vive sem rede de esgoto

por jpereiraÚltima modificação 10/10/2007 14:02

Coleta e tratamento de esgoto cresce apenas 0,4% ao ano; na região Norte quase 95% estão sem atendimento

Coleta e tratamento de esgoto cresce apenas 0,4% ao ano; na região Norte quase 95% estão sem atendimento
10/10/2007

Eduardo Sales de Lima
da Redação

O Brasil tem um déficit de 53% no atendimento da coleta e tratamento de esgoto. Mais da metade dos brasileiros vivem em condições precárias. E o pior, desde 1992, o acesso à coleta e tratamento de esgoto cresce apenas 0,4% por ano. Esses números constam no estudo realizado pelo economista Marcelo Neri, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Neri destaca que, nas áreas metropolitanas, 37% dos domicílios não são cobertos pela rede geral de tratamento de água e esgoto. Seu estudo surpreende ao revelar que, em Porto Alegre (RS), em particular, e na região Sul, em geral, as taxas de acesso ao saneamento básico estão em níveis inferiores aos do Nordeste. O Sul tinha 13,5% da população atendida pela rede de tratamento de água e esgoto, em 1992, e hoje o índice é de 25,8%. De 2003 a 2006, a média per capita anual de investimento em saneamento nessa região com recursos federais foi de R$ 7,07. Outra surpresa. No Rio de Janeiro, em terceiro e quarto piores lugares estavam Rio das Ostras e Búzios, destinos turísticos e áreas ricas por conta dos royalties de petróleo.

O estudo aponta que o Sudeste é a única região onde a maioria da população é atendida pela rede de água e esgoto, 75,6%. O Nordeste tem 26,3% e foi a região que mais recebeu investimentos federais entre 2003 a 2006, cerca de R$ 10,83 por pessoa/ano. A segunda região com melhor índice é a Centro-Oeste, 30,47%. A região Norte apresenta um cenário bem abaixo da média nacional, com míseros 5,24% de atendimento.


25 anos em 4

O orçamento do saneamento básico no Brasil tem, basicamente, três fontes: o Orçamento Geral da União, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), por meio de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Os dois últimos se enquadram na lista de recursos onerosos (empréstimos). Ainda há recursos dos próprios Estados e municípios. De 2003 a 2006, foram desembolsados pelo governo federal R$ 6,3 bilhões para a área de saneamento.

Porém, a tímida ação governamental no setor da infra-estrutura social não tem sido privilégio do governo atual. “O Brasil ficou 25 anos sem investir em saneamento ou habitação. O início do ajuste fiscal coincidiu (não por acaso) com o recuo nos investimentos no ano de 1980”, explica a urbanista e ex-secretária-executiva do Ministério das Cidades, Ermínia Maricato.

Para ela, o investimento de R$ 40 bilhões alardeado pelo governo federal pode se tornar um sério risco para as contas públicas, apesar de sua necessidade. “O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com a previsão de investimento de R$ 40 bilhões em 4 anos, é menos do que é necessário para resolver o problema, mas é muito mais do que o Estado brasileiro tem capacidade de gastar hoje”, atesta.

Ermínia reitera que a capacidade operacional do Estado foi destruída durante 25 anos de ausência de políticas sociais e entende que, mesmo que a política de saneamento não tenha sido a adequada na segunda metade dos anos de 1970, a falta dela trouxe de volta as epidemias nas cidades.


PAC

Segundo Márcio Galvão Fonseca, diretor de Água e Esgoto do Ministério das Cidades, o órgão possui um orçamento do FGTS que não tem sido possível de ser aplicado. “Não é porque não tenha o orçamento. Ele estava disponível. O problema é que Estados e municípios e as companhias de saneamento, na maioria, não conseguiam pegar esses recursos. Agora, o PAC vem ajudar a obtê-los”, explica.

Márcio afirma que o Conselho Monetário Nacional (CMN), em decorrência do PAC, vai aumentar o limite fiscal (endividamento) do setor público durante o período de implementação do programa e os recursos colocados pelo FGTS poderão, assim, ser retirados. “A gente inicia uma nova realidade nunca vista antes de investimentos. Estimamos R$ 178 bilhões para universalizar o acesso de água e esgoto aos brasileiros” afirma Márcio. Ou seja, de acordo com o Ministério das Cidades, se fossem investidos R$ 10 bilhões por ano durante 20 anos na área de saneamento básico, seria possível atender toda população.

Essa universalização do saneamento básico, porém, dificilmente pode ser alcançada dentro dos moldes do PAC, que terá recursos do Orçamento, do FAT, do FGTS e do setor privado. Para Edson Aparecido da Silva, assessor técnico de saneamento da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), as regiões não-rentáveis economicamente ainda podem sofrer muito com a falta de saneamento.

“Isso acontece porque os investimentos necessários para resolver o problema de coleta e tratamento de esgoto são muito altos e sempre tiveram dificuldade no financiamento. “Acre, Rondônia e Pará têm entre 50% e 61% da população com rede de abastecimento de água. É um número muito baixo. Santa Catarina, Amazonas e Tocantins têm entre 30% e 50% da população que tem abastecimento de água”, aponta Edson. (Leia reportagem completa na edição 241)

Extraído do Brasil de Fato (http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/metade-dos-brasileiros-vive-sem-rede-de-esgoto)

domingo, 14 de outubro de 2007

Artigo: Floresta amazônica é atacada no Jornal Nacional - Rodolfo Salm

Acho que já falamos aqui nesta coluna quase tudo o que poderia ser dito contra a lei de concessões para a exploração de florestas públicas. Ademais, independentemente do que for dito, Tasso Azevedo, o diretor do Programa Nacional de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, e seu grupo, além da própria ministra Marina Silva, com o apoio da grande imprensa, continuarão convictos nesta aventura irresponsável. Mas é impossível não se revoltar com a manchete do Jornal Nacional da noite de 21 de setembro, na voz de Willian Bonner, estudadamente otimista: " Área da Floresta Amazônica será protegida pela iniciativa privada". Mesmo os mais ferrenhos defensores da idéia dizem que as áreas serão "exploradas pela iniciativa privada". A "proteção", bastante duvidosa de resto, seria uma conseqüência da "exploração" de acordo com a filosofia do " use it, or lose it" (use-a [a floresta] ou perca-a).


***
Na reportagem, Fátima Bernardes repete o artifício de falar em "proteção" quando deveria dizer "exploração":

A ministra do Meio Ambiente anunciou hoje a primeira área da Floresta Amazônica que será protegida pela iniciativa privada [Corta para uma tomada aérea de helicóptero, com a voz de uma outra narradora]. Mata fechada no meio da Amazônia. Uma região onde a exploração ilegal não pára de crescer. A Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, tem 220 mil hectares, 90 mil vão ser entregues à iniciativa privada. Para tentar controlar o desmatamento, o governo decidiu passar para as mãos de empresários parte das florestas federais. As empresas vão ser escolhidas por licitação e poderão explorar, por até 40 anos, produtos madeireiros [leia-se madeira], frutas, óleos ou até mesmo o turismo ecológico [Os demais itens da lista são recorrentemente usados para disfarçar o que realmente interessa, que é mesmo a madeira. Como se todos fôssemos criancinhas ingênuas e pudéssemos acreditar que alguma empresa da iniciativa privada vai interessar-se por uma área apenas para oleozinhos e frutinhas, ou que o turismo possa ser uma atividade econômica de grande escala em áreas inóspitas, e de difícil acesso].



Em contrapartida, elas terão de investir no desenvolvimento social e ambiental da região e respeitar regras [Não diga?! Terão que respeitar regras! Mas que ótimo!]. A empresa só poderá derrubar cinco árvores a cada mil existentes na floresta e, onde o crescimento das árvores demorar 30 anos, por exemplo, a área terá de ser dividida em 30 partes. A cada ano, só uma parte poderá ser explorada [Essas últimas informações, isoladas, são indecifráveis para o público que não conhece a realidade da floresta e podem dar a falsa impressão de que a exploração seria de apenas 0,5% da mata. Não será, e a realidade é muito pior que isto. Como a principal armadilha da argumentação montada está nesta distorção, irei interromper a transcrição da reportagem e tecer observações mais pormenorizadas sobre este ponto. Os números lançados ao público pelo Jornal Nacional na verdade derivam da definição de "Manejo Florestal Sustentável", que acompanha o Projeto de Lei que regulamenta as concessões florestais. Segundo a definição, este manejo consistiria na exploração, a cada trinta anos, de 5 a 6 árvores por hectare em "uma área de manejo florestal típica" com cerca de 1.000 árvores, entre adultas e jovens (as jovens são a grande maioria). Então, pode ser verdade que serão cortadas cerca de 5 árvores por 1000, sem contar aquelas mortas pelos danos colaterais do corte, e pela abertura de ramais e sub-ramais associados à exploração, mas serão cortadas árvores grandes das espécies de maior valor econômico. Devemos lembrar que a maioria das árvores é pequena, podendo levar centenas de anos para se desenvolver. Pior: nas florestas tropicais, a maior parte das espécies é extremamente rara e ocorre em baixas densidades. Assim, ao cabo de 30 anos estas espécies não terão se recuperado, sendo então enganoso chamar esta exploração de "sustentável"].


[Continua a reportagem...] Pela concessão, o governo vai receber uma taxa anual [Aí que entra o "aluguel" das florestas. Se o governo vai "receber" e não "pagar", é porque falamos, na verdade, de "exploração" e não de um serviço de segurança privada de proteção, como a manchete do Jornal Nacional sugere]. Parte do dinheiro será repassada aos municípios que terão de aplicar na conservação das florestas [sei...] e a outra parte vai para a fiscalização [o governo abre mão de zelar pelo nosso patrimônio natural e o entrega diretamente ao ladrão].


[Entra a Marina com um tom de voz lúgubre] Esse processo é um avanço, porque viabiliza o uso sustentável das florestas, sustentável do ponto de vista social, econômico e ambiental. [Agora, mais animada] Elas continuarão sendo florestas e elas continuarão sendo públicas [Eu diria que elas serão quase-florestas e quase-privadas. Bom lembrar que no Brasil concessão de serviços públicos na verdade é cessão eterna mesmo].


***

Digo que a floresta amazônica foi atacada no telejornal pois é só assim que se pode definir a artimanha de substituir "exploração" por "proteção", além de todos os outros pontos destacados na reportagem, de imensa audiência, neste momento crítico, quando estão sendo abertas as primeiras licitações para as concessões de florestas públicas. O momento é delicado para o governo (daí a importância da "mãozinha" da Rede Globo) porque até aqui o projeto de concessões vinha sendo discutido apenas em tese. No debate abstrato, o argumento de seus defensores é potencialmente muito mais escorregadio, além de mais inacessível à compreensão popular.


Agora não. Estamos falando especificamente da Floresta Nacional (Flona) do Jamari. E todos os olhos voltam-se para aquela área. Rondônia é um dos estados mais devastados da Amazônia. Observando-se as imagens de satélite da região, percebe-se que o desmatamento está concentrado principalmente ao longo da BR-364, que corta o estado em toda a sua extensão, do Mato Grosso ao Acre. Mas, apesar dos desmatamentos, grandes blocos de florestas persistem, como nas terras dos índios cintas-largas e na Flona do Jamari, no extremo nordeste do estado, ao longo da fronteira com o estado do Amazonas.


Por que entregar parte desta área para a exploração madeireira? Segundo um artigo conjunto de Rogério Vargas Motta (Associação Etno Ambiental Kanindé) e Paulo de Lima Nunes (Organização dos Seringueiros de Rondônia), publicado no site Amazônia , é gravíssima a ameaça à integridade da Flona. Contam que um servidor sério, que conseguiu restabelecer a ordem na unidade por algum tempo, sofreu ameaças de morte de garimpeiros e afastou-se. Recentemente, a área foi invadida por centenas de garimpeiros por um lado e por grileiros de terras por outro. Que a situação é lamentávelestamos de acordo. Que aquele funcionário do estado tenha abandonado a função que desempenhava bem, na preservação da floresta, pela pressão de garimpeiros, é uma vergonha para nosso país. Mas será que o governo brasileiro não tem condições de dar um mínimo de segurança a um guarda-parque? A conclusão desse fato lamentável é que devemos então entregar as árvores à própria sorte, para que encham os bolsos dos madeireiros e de certificadoras de madeira como o Imaflora, criada por Tasso Azevedo, e seus colegas engenheiros florestais da Esalq? E as florestas que paguem com sua carne pela sua própria segurança?


Percebam que a Flona do Jamari, à margem direita do rio Madeira, é uma das últimas grandes áreas preservadas de Rondônia ao longo daquele rio. E mais, há apenas cerca de 100 km rio-acima será construído o complexo hidrelétrico do Madeira, que trará malefícios ambientais em larga escala. Mas as usinas, segundo o governo, são estratégicas para evitar um "apagão" e permitir a continuidade do crescimento econômico nos próximos anos. Por mais que eu discorde, faz sentido dentro daquela lógica de desenvolvimento econômico.


Porém, pergunto: qual é a lógica, senhor Tasso Azevedo, deste mesmo país tão rico, que gastará R$ 40 bilhões com a construção das hidrelétricas no rio Madeira, alugar para empresas privadas, a Flona do Jamari, por uma fração ínfima daquele montante, por não ter condições de "protegê-la"? Segundo estimativas do MMA, de que 13 milhões de hectares da floresta amazônica renderiam, a cada ano, R$ 187 milhões em taxas pagas pelo seu aluguel; mantendo esta proporção, os 90 mil hectares da Flona do Jamari, renderiam nos primeiro ciclo de corte de árvores (de 30 anos), 0,1% (um milésimo) do que será gasto com a construção das hidrelétricas. Será que uma proteção da Flona (no sentido do dicionário, de proteção mesmo) não poderia fazer parte de medidas de compensação ambiental pelo desastre imenso que as usinas irão trazer?


Que sentido faz, então, o aluguel da Flona do Jamarari à luz daquela suposta "transversalidade" anunciada pela ministra, que interligaria a atuação dos vários ministérios? Só se seu objetivo comum for acabar de vez com o Madeira, e a Floresta Amazônica em geral.


(Por Rodolfo Salm*, Carbono Brasil.
* Rodolfo Salm, PhD em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, é pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi.
E-mail:
rodolfosalm@terra.com.br




Fonte: Ambiente Já



Fonte: Ambiente Já
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quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Desastres naturais atingem seis milhões de pessoas no Brasil

Cerca de seis milhões de pessoas foram afetadas por desastres naturais este ano no País, segundo dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil – Sedec, do Ministério da Integração Nacional. Entre janeiro e setembro deste ano, foram registrados 730 desastres naturais no Brasil, entre inundações, deslizamentos, vendavais, tempestades, estiagens, secas, pragas e incêndios florestais. Pelo menos 146 mil ficaram desalojadas e 40 mil desabrigadas.


A estiagem atingiu 285 municípios brasileiros localizados em oito Estados. Para amenizar o sofrimento causado a 3,4 milhões de pessoas pela falta de chuva, o Ministério da Integração Nacional gastou cerca de R$ 71 milhões com a operação Carro Pipa - Programa Emergencial de Distribuição de Água nos municípios atingidos pela estiagem no Nordeste.


Entre os desastres naturais que afetam o Brasil estão, ainda, as enchentes ou inundações graduais e as enxurradas ou inundações bruscas. Este ano, as enxurradas afetaram 2,2 milhões de pessoas e a as enchentes, 534 mil.


Para o secretário Nacional de Defesa Civil, Roberto Guimarães, a maior parte destes desastres poderia ser evitada com ações preventivas. "É o caso dos deslizamentos dos morros. Se for feito um trabalho preventivo com a participação da população local, muitas vidas serão poupadas", afirma Guimarães.


O Ministério da Integração Nacional distribuiu, desde o início do ano, 161 mil cestas básicas, que beneficiaram 1,3 milhão de moradores das regiões atingidas.


Fonte: Estadão Online.



Fonte: Ong AMDA
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Indonésia planeja plantar 79 milhões de árvores

A Indonésia, que está perdendo suas florestas numa velocidade muito maior do que qualquer outro país, espera plantar 79 milhões de árvores em um único dia, antes do encontro de mudanças climáticas da ONU deste ano – foi o que anunciou o porta-voz do ministro de Florestas na última sexta-feira.


As árvores, na sua maioria eucalipto e teka, serão plantadas ao longo do quarto maior país do mundo no dia 28 de novembro, dizo porta-voz. «Nosso objetivo é tornar a Indonésia mais verde o mais rápido possível e reduzir a degradação florestal ao máximo», ressalta.


Segundo o Greenpeace, a Indonésia perde o equivalente a 300 campos de futebol a cada hora. Cerca de 4.5 milhões de acres de floresta foram destruídos a cada ano entre 2000 e 2005, uma taxa de 2% ao ano, declarou o grupo ambientalista. O Ministério de Florestas não contestou a declaração.


Além do corte de madeira para o comércio, as florestas indonésias também estão sendo dizimadas pelo fogo e pelo desmatamento devido às plantações para óleo de palma. Em 2003 o país assinou uma série de iniciativas conservacionistas, incluindo acordos com o Japão e com a União Européia para banir a importação de produtos do desmatamento ilegal.


Em dezembro, a Indonésia sediará o encontro da ONU sobre mudanças climáticas. Ministros do Meio Ambiente de 80 países irão se encontrar na ilha de Bali para iniciar as discussões sobre as ações que o mundo deve tomar após o final do primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto, em 2012.




Traduzido por Fernanda Muller, CarbonoBrasil


Fonte: Carbono Brasil / Yahoo News/AP



Fonte: Carbono Brasil
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terça-feira, 9 de outubro de 2007

Mitos e Reflexões Sobre o Meio Ambiente

Muitos são os mitos que fazem parte do nosso relacionamento cotidiano com o meio ambiente. Tais situações podem ser prejudiciais e impedem-nos de rever nossas atitudes.

Mitos e Reflexões Sobre o Meio Ambiente


Muitos são os mitos que fazem parte do nosso relacionamento cotidiano com o meio ambiente. Tais situações prejudicam o nosso relacionamento com a natureza e impedem-nos de rever nossas atitudes.

Mito

... tudo o que faz mal ao homem deve ser morto e erradicado. Por que Deus teria criado certas plantas e certos animais que não servem para nada ?...

Reflexão

... o ser humano precisa desenvolver um comportamento ético com relação à natureza, adotando modelos de desenvolvimento sustentável. Nenhum ser vivo existe por acaso. Os conceitos de útil e nocivo, baseados unicamente nos interesses do ser humano, fazem com que a criança cresça achando que ela pode matar ou destruir tudo aquilo que ela passa a considerar não útil ao seu próprio interesse. No ciclo da cadeia da vida, todos os seres vivos são úteis a seu modo. Cada ser vivo é necessário para a continuidade da vida na terra e, assim, deve ser compreendido e respeitado.

Mito

... a miséria das pessoas favorece e estimula a degradação ambiental; as comunidades localizadas nos bairros e nas favelas provocam a destruição e estimulam mais a miséria.

Reflexão

.... Quando se fala em meio ambiente, a discussão passa pelo modelo de desenvolvimento econômico, pela distribuição de renda, pela especulação imobiliária, que obriga as massas humanas menos favorecidas a se deslocarem para as áreas mais afastadas, muitas vezes invadindo e destruindo florestas e reservas naturais.

Mito

... a questão ecológica ou ambiental deve restringir-se à preservação dos ambientes naturais intocados e ao combate à poluição; as demais questões, envolvendo saneamento, saúde, cultura e qualidade de vida são situações que fogem à alçada dos educadores ambientais.

Reflexão

...A questão ambiental envolve o ambiente em todos os seus aspectos. Tratá-la implica tratar toda a complexidade da ação humana; por isso é um tema transversal, interdisciplinar, e só se consolida quando tratada como um todo, pois afeta e é afetada diversas áreas: educação, saúde, saneamento, agricultura, transportes, etc.

Mito

... como manter as necessidades sempre crescentes da população sem prejudicar a natureza ? Pantanal, Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, restingas, mangues e Caatinga deveriam ficar intocados eternamente para preservar os seus segredos e garantir a sobrevivência das futuras gerações ?

Reflexão

... a chave da conservação ambiental não é o assistencialismo preservacionista. A natureza não pode ser tratada como uma parceira inerte e passiva, como uma peça de museu, protegida e imune à ação do tempo e dos seres humanos. A natureza é dinâmica e reativa, que merece ser tratada como uma força viva e dadivosa, uma parceira. Sempre disponível, mas sem perder a noção de seus limites. O ser humano precisa perceber que é uma das espécies da natureza e que depende da natureza para sobreviver.

Mito

... os que defendem o meio ambiente são pessoas radicais, fanáticas, poetas, efeminados, inocentes-úteis que se mantêm alienadas da realidade, sonhadores com um paraíso inexistente. Tais pessoas ignoram as necessidades para manter o desenvolvimento e defendem posições que só perturbam quem realmente produz.

Reflexão

... é consenso entre os ambientalistas a necessidade de se promover um desenvolvimento sustentável. Por certo, os que defendem o meio ambiente se preocupam com o modelo de desenvolvimento, com o crescimento econômico, mas, principalmente, com a exploração racional e responsável dos recursos naturais, de forma a garantir a sobrevivência das futuras gerações. Todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente saudável, respirar ar puro, beber água limpa, enfim, ter uma qualidade de vida saudável. Defender esses direitos é dever de todos e não uma questão de privilégio.

Mito

... é um luxo e um despropósito defender a vida do mico-leão dourado e da baleia, enquanto milhares de criancinhas morrem de fome em todo o mundo.

Reflexão

... tal argumento seria válido se, para salvar a vida de inúmeras criancinhas, fosse necessária a extinção de algumas espécies. A situação das crianças famintas e a sobrevivência dos animais não é competitiva nem conflitante. O problema e as soluções para a desnutrição são de outra ordem e a sua importância não diminui a preocupação com as espécies em extinção. Além disso, aqueles realmente interessados na preservação dos micos geralmente também se preocupam com a melhoria das condições de vida das populações carentes; também denunciam as condições sociais injustas e indignas.

Mito

... a natureza é idealizada como uma situação de harmonia e de equilíbrio. Como concordar com tais premissas se os animais se atacam e se devoram ou se existem vulcões, terremotos, vendavais etc. ?

Reflexão

... A harmonia é um conceito dinâmico e, não, estático. Se bem percebermos, existe harmonia nos movimentos, nas contínuas transformações. Todo movimento, todo crescimento, toda transformação, em princípio, caminha para um estado de equilíbrio. O impulso de sobrevivência que leva um animal a matar outro favorece a manutenção desse equilíbrio na natureza. Os animais predadores matam para se alimentar ou se defender. Quanto aos fenômenos naturais, entende-se como um processo que está em contínua transformação, na busca incessante do equilíbrio.

Conteúdo da Univ. Livre da Mata Atlântica

Fonte: http://www.vivernat ural.com. br/ecologia/ mitos.htm

BRINQUEDOS ECOLOGICAMENTE CORRETOS ESTIMULAM E SENSIBILIZAM CRIANÇAS PARA

Os brinquedos têm um papel importante na vida de uma criança, pois eles
ficam com ela grande parte do tempo. Por mais que os pais e a escola as
eduquem, as crianças vêem nos brinquedos um exemplo e um tipo de relação com
o mundo - inclusive reforçar as notícias da televisão, pois os brinquedos
reproduzirem o cotidiano. Uma das formas de estimular as crianças a ter uma
postura ética com o meio ambiente natural é presenteá-las, no próximo 12 de
outubro, com brinquedos ecologicamente corretos como jogo da velha, jogo das
cinco marias e jogo da memória que são produzidos pelo grupo de costureiras
“Frutos do Futuro”, de Biritiba-Mirim (SP) e formado pelo projeto Comunidade
Produtiva.

O projeto Comunidade Produtiva tem a finalidade de propor alternativas de
renda a partir do uso múltiplo das florestas de eucalipto para as
comunidades que vivem no entorno das fábricas da Suzano. O Instituto
Supereco, em parceria com a empresa Suzano Papel e Celulose, vem
desenvolvendo o projeto em três cidades: Helvécia e São José de Alcobaça
(BA) e em Biritiba-Mirim (SP). Por meio da Educação Ambiental (EA) e da
criação de produtos artesanais sustentáveis, a ong Supereco promove novas
visões sobre cada região. Para tanto, sensibiliza e estimula as pessoas nas
diferentes maneiras de se relacionar com o mundo e consigo e da Educação
Ambiental.

Leia matéria na íntegra em
http://www.corredores.org.br/?pageId=noticias&docId=2881.

sábado, 6 de outubro de 2007

Atençao , sempre bom

Isso eu nao acredito , para mim é estrategia politica barata.

MT: Maggi radicaliza e propõe moratória de plantio por 5 anos na Amazônia

O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, propôs uma moratória para a plantação de qualquer cultura na Amazônia por cinco anos. Ele sugere que sejam paralisadas todas as atividades agrícolas, até mesmo os 20% que são autorizados por lei, com exceção do setor madeireiro de base, com plano de manejo florestal já aprovado. A sugestão do governador foi feita ontem durante o lançamento do Pacto Nacional pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia, na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados.


Maggi ainda destacou que, apesar de ter sido chamado de "Nero da Amazônia", seu estado vai assinar o pacto. Ele defendeu que os estados compreendidos na região invistam na ampliação das estruturas de fiscalização. "Vamos arrumar tudo o que tem para arrumar e depois voltar a discutir a expansão de cultivos nessas áreas", afirmou.


O pacto tem como meta reduzir o desmatamento em 100% nos próximos sete anos de forma gradual. A queda seria de 25% nos dois primeiros anos até chegar 100% no fim do período. Para alcançar a meta, as nove organizações não-governamentais que propõe o pacto sugerem que anualmente sejam investidos R$ 1 bilhão. Esses recursos seriam destinados a um fundo de gestão e viriam do orçamento público e da iniciativa privada.


De acordo com a ambientalista Mara Régia, o pacto propõe a criação de instrumentos normativos e econômicos de valorização das florestas em pé. Ela explica que a população responsável pela preservação e aqueles que tiram seu sustento da terra passariam a contribuir através do chamado pagamento por serviços ambientais. Além disso, o pacto sugere a criação de incentivos para utilização de áreas que já foram desmatadas, proposta que vai ao encontro do zoneamento da cana-de-açúcar, que será anunciado em junho de 2008 pelo Ministério da Agricultura.


As ações de fiscalização e controle da mata também seriam fortalecidas. "Nossa proposta prevê a atração de investimentos nacionais e internacionais, por isso, o BNDES é fundamental para criar as estruturas para receber esses investimentos", disse Mara Régia.


A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que há quatro anos as preocupações com a Amazônia eram básicas, "mas devido às mudanças implementadas pelo governo", foi possível chegar à elaboração do pacto. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, declarou apoio à iniciativa.




Fonte: Amazônia.org.br / 24 Horas News
Local: Cuiabá - MT
Link:
http://www.24horasnews.com.br/



Fonte: Amazônia.org.br
Contato (newslwtter@amazonia.org.br)

Perdigão multada por contaminação em Goiás

A empresa Perdigão recebeu recentemente uma multa de R$ 500 mil da Agência Ambiental do Estado de Goiás e outra de R$ 7, 2 milhões da prefeitura da cidade de Rio Verde (GO). Uma falha no sistema de bombeamento na unidade industrial da empresa no município causou a contaminação de um manancial do córrego Abóbora, onde é feita a captação de água para a rede de abastecimento público da cidade. A falha comprometeu o abastecimento de água da população e rejeitos de animais, como gordura e pele, foram jogados no rio.

O problema agravou-se porque a Saneago, empresa responsável pelo tratamento de água, foi avisada somente cinco horas depois do acidente e não conseguiu suspender o abastecimento a tempo. A secretaria municipal de meio ambiente estima que aproximadamente 90% da população da cidade tenha ingerido esta água, pois constatou o aumento de casos de infecção intestinal após a contaminação. A Saneago, que também foi responsabilizada e terá que indenizar a população, promete cobrar ressarcimento judicial da Perdigão.

Em 2005 a empresa já havia causado um vazamento para o mesmo córrego e foi notificada pelo Ministério Público. Segundo a promotoria de meio ambiente do município, até hoje o inquérito instaurado na época não foi concluído. O problema é a dificuldade de fiscalização, pois existem apenas dois fiscais do órgão para realizarem perícias como essa.

De Brasília, da Radioagência NP, Gisele Barbieri

04/10/07

Assassinos do Jornalismo Ético

Dessa ves quero postar esse email q recebi , por que acho que deve ser divigado verdades e nao noticias armadas e com uma propaganda destruidoras.
Não me assusta a Veja ter tentado destruir a imagem da Che, mas a quetao é que foi um grau muito baixo que se chegou a reportagem, coisas como a Veja tinha que ser proibidas.

Irei postar como veio ao meu email

Subject: Enc: Assassinos do Jornalismo Ético> From: KFAVARO@rodobens.com.br> Date: Wed, 3 Oct 2007 09:25:16 -0300>> [http://gfx2.hotmail.com/mail/w2/pr02/ltr/i_safe.gif]> ----- Repassado por KFAVARO/GVerdi em 03/10/2007 09:24 -----> LROCHA> 03/10/2007 09:19> Para:> cc: (cco: KFAVARO/GVerdi)> Assunto: Assassinos do Jornalismo Ético> A matéria de capa desta semana do semanário Veja superou os limites. A agressividade, a histeria e o panfletarismo são típicos das publicações da Abril e do jornalista que assinou o artigo sobre os 40 anos da morte de Che Guevara.> Desta vez, porém, os vícios habituais da editora não foram suficientes para a produção do texto. Para redigi-lo, recorreram a manipulações factuais, distorções históricas e mentiras escancaradas. O intuito evidente era enxovalhar a memória do Comandante Ernesto Guevara e seguir a obsessiva toada, já cansativa, sobre os supostos desacertos da Revolução Cubana.> Contestamos aqui apenas alguns pontos da reportagem, com o perdão da má palavra. Aqueles que, em nosso ponto de vista, não poderiam ficar sem resposta. Veja, embora tente, não será jamais dona da verdade.> “Veja conversou com historiadores, biógrafos, antigos companheiros de Che na guerrilha(...) Por isso, apesar do rancor que PODE apimentar suas lembranças, os exilados cubanos SÃO VOZES DE MAIOR CREDIBILIDADE".> Ou seja, está dada a desculpa para o amontoado de parcialidades e acusações rasteiras que surgem ao longo do texto. Vejamos algumas fontes da revista:> - Napoleón Vilaboa, exilado em MIAMI, que ganhou dinheiro explorando a saída de cubanos pelo porto de Mariel, em 1980, no rastro de um acordo firmado entre Cuba e Estados Unidos;> - Pedro Corzo, do Instituto de Memória Histórica Cubana, sediado em, pasmem, MIAMI! É tão arraigadamente estadunidense que, em seu e-mail de contato, nega até seu nome latino para adotar petercorzo@msn.com;> - Jaime Suchlicki, historiador cubano, da Universidade de MIAMI, é claro;> - Hubert Mattos, exilado em MIAMI, ex-comandante do exército rebelde, condenado a 20 anos em Cuba por traição. Não se sabe por que razões o tirânico regime deixou-o emigrar para os EUA. Segundo a lógica do doentio jornalista, o destino mais certeiro para Mattos deveria ser a morte.> Como se vê, não foram ouvidos cubanos residentes na ilha. O argumento de Veja? Com a repressão em Cuba, eles não sairiam da ladainha oficial. Para Veja, não há pensamento próprio na ilha, apenas fantoches que reproduzem discursos oficiais. Visão mais tacanha é impossível. Os cubanos de Miami são lúcidos e imparciais. Já os da ilha são teleguiados pelo aparelho repressivo. Então tá.> Sugerimos a Schelp e a seus patrões um passeio de uma semana por Havana. Veja talvez tenha receio de visitar Cuba e descobrir que a ilha não é nada do que sustenta a revista em sua cruzada doentia contra a Revolução. E, para desespero maior de seus algozes ideológicos, está em absoluta normalidade desde o afastamento de Fidel Castro do poder, há 14 meses.> Sim, espera-se um dia a morte do líder, inegavelmente debilitado e já com 81 anos. Mas supor que sua desaparição física eliminará a revolução é um exercício de futurologia típico da revista e do jornalista. Ou, pior, um desejo indisfarçável de Diogo Schelp, a pena de aluguel mais furibunda a serviço dos controladores da Abril.> Prossigamos.> "Centenas de homens que ele (Che) fuzilou em Cuba tiveram sua sorte selada em ritos sumários que não passavam de dez minutos".> Quais? Que homens? Qual a fonte de Schelp?> Uma das primeiras decisões do novo governo rebelde, e isso é fato, foi a criação de juízos revolucionários como parte de um processo conhecido como Comissão Depuradora. Todos aqueles apontados como criminosos de guerra ou associados ao regime de Batista foram levados a julgamento. Entre janeiro e abril de 1959, aproximadamente mil colaboradores do antigo regime foram denunciados e julgados por meio dos tribunais revolucionários. Cerca de 550 deles foram condenados à pena de morte.> Ernesto Guevara, na condição de comandante de La Cabaña durante os primeiros meses da Revolução, teve sob seu comando os julgamentos e as execuções das penas daqueles que estavam detidos na fortaleza. Para disciplinar os juízos, estabeleceu um sistema judicial com tribunais de primeira instância e um tribunal de apelações. As audiências eram públicas e se desenvolviam como em um tribunal qualquer, com promotores de acusação, advogados de defesa e depoimentos de testemunhas, tanto arroladas pela acusação como pelos réus. A biografia de Jon Lee Anderson, citada, mas não lida por Schelp, a julgar pelo conteúdo de seu texto, mostra isso com nitidez.> As críticas dirigidas a Cuba por conta das sentenças de morte, à luz dos acontecimentos de então, são mais ideológicas do que movidas por razões humanitárias. Tratava-se de um período pós-guerra, com o país convulsionado e que, ademais, convivia com a possível reação das forças que desejavam a volta de Batista ao poder, minoritárias entre a população, mas poderosas economicamente.> Os principais algozes de Cuba, os Estados Unidos e seus aliados da Europa, vencedores da 2ª Guerra Mundial, não julgaram os criminosos nazistas de modo distinto daquele que foi adotado na Cuba revolucionária. Nem por isso houve insinuações de parcialidade contra o tribunal de Nuremberg ou o clamor mundial para que algum acusado deixasse de ser executado.> Entre os condenados aos fuzilamentos em La Cabaña figuravam notórios assassinos, torturadores das forças de Batista e outros criminosos que haviam enriquecido às custas de corrupção e da exploração da miséria da maioria da população cubana.> “Houve um golpe comunista dentro da revolução.”> Em que data isso aconteceu? O jornalista, um obstinado porta-voz da direita reacionária, é tão tresloucado em seus ataques sistemáticos à Revolução Cubana, que deve ter misturado períodos históricos. Houve um golpe de estado comunista na Revolução Russa, em 1917, quando os bolcheviques assumiram o controle do Estado e deram início a criação da União Soviética. Em Cuba, não. Fidel Castro sempre foi o líder máximo da Revolução, desde 26 de julho de 1953, quando atacou o quartel de Moncada, até tomar o poder, com amplo apoio popular (ignorado pela revista), em 1º de janeiro de 1959.> "Na versão mitológica, Che era dono de talento militar excepcional".> Não é verdade. Nem o próprio Guevara acreditava nisso. Um exemplo está em seu diário de campanha da guerra no Congo. Ele começa o livro com a frase "Esta é a história de um fracasso". Além do mais, tendo ou não talento militar excepcional, foi a Batalha de Santa Clara, em dezembro de 1958, comandada e vencida por Guevara, que desencadeou a queda de Fulgêncio Batista. Santa Clara era a última grande cidade antes de Havana e também a última esperança do regime em conter o avanço rebelde.> "Em seis meses de comando em La Cabaña, duas centenas de desafetos foram fuzilados".> Mais uma mentira. Na verdade, foram cerca de 550 condenados à morte e não eram "desafetos" ou apenas "gente incômoda", como diz Veja. Eram, principalmente, corruptos e torturadores do antigo regime. A matéria não diz, mas Che proibia tortura e fuzilamentos de soldados feridos ou já rendidos. Isso conta o biógrafo Jon Lee Anderson, utilizado por Schelp como escora para dar algum peso a seu texto imundo.> "Che descreve como executou Eutímio Guerra, "acusado" de colaborar com os soldados de Batista".> Guerra, segundo descreve a brasileira Claudia Furiati, autora de uma das principais biografias de Fidel, recebeu uma arma do exército e a ordem de executar Castro enquanto este dormia. Não o fez porque sempre havia sentinelas de plantão nos acampamentos rebeldes. A cada deslocamento da guerrilha, porém, a Força Aérea Cubana atacava o local, coincidentemente sempre que Eutímio deixava o acampamento.> Os rebeldes desconfiaram de seu comportamento, interrogaram-no e ele acabou confessando que era agente do exército. Foi julgado, no meio da selva, e condenado à morte, como ocorreria com um traidor em qualquer outra guerrilha do mundo. A justiça guerrilheira nada mais é que uma corte marcial adaptada às circunstâncias do momento. Guerra pediu que os rebeldes, caso triunfassem, educassem seus filhos. Hoje, seus descendentes são oficiais das Forças Armadas Revolucionárias.> Fidel não determinou quem executaria a tarefa de execução do traidor. Che Guevara realmente assumiu a incumbência, fato incontestável e, entre tantas linhas, um dos poucos acertos de Schelp.> Apenas deve se registrar que ele não matou um pobre camponês, mas um homem que pôs a vida de centenas de outros em risco. Por que, segundo a lógica de Schelp, os guerrilheiros podem e devem ser bombardeados por conta de uma delação e correr risco de morte e o responsável pela traição não pode ser executado?> "Ernesto Guevara Lynch de la Serna nasceu em uma família de esquerdistas ricos na Argentina".> Mais uma atrocidade de Schelp, que sequer conhece o nome da vítima de sua caneta. O nome de Che era simplesmente Ernesto Guevara e seus pais não eram ricos nem esquerdistas. Nenhum deles tinha filiação partidária, eram abertamente contra o governo Perón, que seduziu a esquerda argentina com seus projetos voltados aos descamisados, como a primeira-dama Eva Perón costumava se referir aos segmentos mais humildes da população argentina. Ernesto Guevara Lynch e Celia de la Serna, os pais, tampouco eram ricos. Viviam como um típico casal de classe média alta, se tanto. Moraram na Recoleta, o bairro mais elegante de Buenos Aires, quando a avó de Che morreu e lhes deixou como herança um apartamento. Claro que Veja não conta tudo em detalhes. Informar não é função do jornalismo da Abril.> "Para se livrar de Che, Fidel o mandou à Assembléia-Geral da ONU".> Delírio absoluto. Che era o segundo nome do estado cubano, o principal porta-voz da revolução, depois do próprio Fidel. Guevara viajou a inúmeros países e assinou diversos tratados de assistência econômica e militar com outras nações socialistas. Era perfeitamente normal que representasse Cuba em uma Assembléia da ONU.> "Como ministro e embaixador, não conseguiu o que queria".> Texto vago, até impede um comentário mais elaborado sobre algo tão pobre. Registramos apenas que Che NUNCA foi embaixador de Cuba.> "Che propôs a seus comandados lutar até a morte no Congo, mas foi demovido do propósito pela soldadesca".> Mentira deslavada. Che organizou a retirada da tropas cubanas, quando uma das facções congolesas entrou em acordo com o governo que até então combatia. Isso abriu caminho para avanço das tropas mercenárias financiadas por conglomerados mineradores da África do Sul, lideradas por Mike Hoare.> Diante do iminente massacre, Che ORDENOU a retirada de todos os cubanos do Congo. Claro, Veja cria sua própria versão da história.> E mais: dois soldados cubanos não conseguiram chegar a tempo ao barco, às margens do lago Tanganica, que os levaria à Tanzânia e ficaram perdidos em território congolês. Che mandou um destacamento da inteligência cubana em busca dos dois, que foram encontrados vivos, quatro meses depois, quase em território ruandês. Comportamento estranhíssimo para um louco sedento de sangue, egoísta e assassino até de seus próprios homens.> "Três fatos ajudaram a consolidar o mito. O primeiro, a morte prematura, que eternizou sua imagem jovem(...) a pinta de galã".> Ridículo. Diogo Schelp deveria procurar ajuda terapêutica. Acreditar que a aparência física de Che Guevara é responsável por sua irreversível entrada na História é algo que Freud pode explicar.> "A decadência física e política de Fidel Castro, desmoralizado pela responsabilidade no isolamento e no atraso econômico que afligem os cubanos, dá uma idéia do que PODERIA ter acontecido com Che".> O jornalista não diz que o isolamento é, essencialmente, fruto do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos há quase 50 anos, naquela que talvez seja a maior agressão não militar já sofrida por uma nação em toda a história humana. Quanto à decadência política de Castro, trata-se, mais uma vez, de um desejo de Schelp. Uma viagem a Cuba rapidamente o convenceria do contrário. Fidel é idolatrado pela população, que vive, sim, em um país pobre e com problemas, admitidos até pelo governo cubano. Já a decadência física de Fidel é inevitável. Todos são mortais e não podemos nos esquecer que ele tem 81 anos e se recupera de grave doença. E em relação ao que PODERIA ter acontecido com Che, Pai Schelp de Ogum revela que tem predileção pelas ciências ocultas, pela futurologia. Talvez fizesse melhor em deixar o jornalismo.> "Se houve um ganhador da Guerra Fria, foi Che Guevara".> Raciocínio deplorável. O sujeito é capturado, rendido e assassinado, mas é ganhador. Pela mesma lógica, se alguém ganhou a 2ª Guerra Mundial, foram os judeus. Afinal, há 60 anos se fala em Holocausto e eles conquistaram o direito ao Estado de Israel, não importando o custo de seis milhões de mortes.> “Fidel se desmancha lentamente dentro daquele ridículo agasalho esportivo”.> Tenha calma, Schelp. Segundo a ordem natural das coisas, você terá o imenso prazer de ver Fidel morto. Temos certeza de que até o obituário de Veja já está preparado. Agressivo, virulento, histérico, panfletário, como é de seu estilo.> Você terá seu instante momentâneo de deleite, assim como a máfia cubano-americana de Miami, ávida por retornar à ilha e transformá-la de novo em um grande cassino.> Mas daqui a 50, 60 anos, o mundo continuará relembrando o aniversário da morte de Che Guevara e, infelizmente, para os que acreditam em outra ordem social, outros tantos anos da morte de Fidel Castro.> Quanto a você, terá sido devidamente esquecido e jogado na lata de lixo reservada para os assassinos do jornalismo ético. Ninguém lembrará de sua triste passagem pelo mundo.> [http://gfx2.hotmail.com/mail/w2/pr02/ltr/i_safe.gif]> [http://gfx2.hotmail.com/mail/w2/pr02/ltr/i_safe.gif]> ------------------------------
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