segunda-feira, 14 de junho de 2010

Movimentos sociais protestam contra criação do novo Código Florestal Da Agência Brasil

Ambientalistas e representantes de movimentos sociais se reuniram
nesta semana em frente a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
(Alerj), para um ato contra o novo Código Florestal, em discussão no
Congresso Nacional. Eles afirmam que a medida vai prejudicar a
agricultura familiar e destruir as áreas de Preservação Permanente
(APP).

“Mais alimento e menos desmatamento”, defendem os ambientalistas e
agricultores familiares que participaram da manifestação. Agricultores
familiares afirmam que a nova lei não vai beneficiar os pequenos
agricultores. “A agricultura familiar vai ser prejudicada diretamente
pela própria expansão do agronegócio sobre as terras desmatadas e
sobre as áreas da agricultura familiar”, disse Fernando Moura, do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Os movimentos sociais Via Campesina, MST e os representantes dos
agricultores familiares que participaram do ato disseram que a
proteção ambiental não prejudica a agricultura familiar. “Essa nova
proposta vai facilitar o desmatamento, vai dificultar a proteção dos
rios e das florestas e ainda permitir a expansão do agronegócio nessas
áreas desmatadas. Essa proposta é um imenso retrocesso. Se for
aprovada, vai trazer imensos problemas do ponto de vista climático e
no equilíbrio ecológico e vai dobrar o desmatamento no país. Além
disso, o Brasil não vai poder diminuir em 39% o desmatamento, como
acertou no Acordo de Copenhague”, disse Moura.

O representante da organização não governamental (ONG) Greenpeace,
Paulo Adário, afirmou que o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator
da proposta de alteração do Código Florestal na comissão especial
criada pela Câmara dos Deputados, acredita que o desmatamento irá
promover o crescimento do país. “A nova proposta permitirá o
esquartejamento do Código Florestal, ela abriu uma brecha para acabar
com a reserva legal e com as APP. Ele [Rebelo] acredita que quem
preservar é contra o desenvolvimento do país. Nós sabemos que não
precisa desmatar para o Brasil crescer.”

Segundo o representante da ONG SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, a
quantidade de terras já desmatadas é o suficiente para a produção e
expansão da agricultura. “Estudos comprovam que o que já existe de
área aberta poderia produzir três ou quatro vezes mais”, disse
Mantovani.

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