O Brasil é o país mais rico do mundo em termos de reservas hídricas, contendo 13,7% da água doce disponível no planeta, a maior área úmida continental do mundo (Pantanal), as mais extensas florestas alagadas (Amazônia), e uma fauna aquática incrivelmente rica. Saber cuidar, usufruir e gerir esse recurso é responsabilidade de todos nós brasileiros.
Embora o Brasil ainda tenha uma situação privilegiada em relação à quantidade e à qualidade de sua água, a forma de uso não vem ocorrendo de forma correta e responsável. Superexploração, despreocupação com os mananciais, má distribuição, poluição, desmatamento e desperdício são apenas alguns dos fatores que comprovam o descaso com este importante recurso. É importante ressaltar que a escassez de água põe em risco a vida no planeta e pode afetar diversas atividades econômicas, entre elas a geração de energia elétrica. A crise de energia que afetou a população brasileira em 2001 foi o resultado mais claro da má gestão dos recursos hídricos do país.
A gestão dos recursos hídricos é, possivelmente, a questão ambiental com maior poder de integração, afetando todos os segmentos da sociedade e perpassando os diversos usos do solo, tais como a exploração de florestas, agricultura, indústria, mineração, entre outros.
Com a aprovação da Lei 9.433 (1997) que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, criou-se uma nova, importante e moderna estrutura para a gestão destes recursos, prevendo processos participativos e novos instrumentos econômicos que promovem o uso mais eficiente da água, como a cobrança pelo seu uso. O Governo Federal criou, em 2000, a Agencia Nacional de Águas - ANA -, responsável, entre outras coisas, por implementar a nova Lei.
O WWF-Brasil, que, em 2001, criou o Programa Água para a Vida, tem como uma de suas premissas a busca de alternativa para os problemas relacionados à água no país, tendo como uma de suas linhas estratégicas o Fortalecimento das Instituições Públicas e Privadas que atuam na Conservação e Gestão de Água. Água não pode significar uma simples mercadoria a ser consumida, mas sim um recurso essencial à vida.
Os principais objetivos do Programa são:
- Atender às diversas demandas da sociedade por meio dos usos múltiplos, mas também garantir a integridade dos ecossistemas de água doce;
- Contribuir para consolidar a gestão dos recursos hídricos no país, promovendo uma visão da água como um sistema vivo cujo funcionamento deve ser preservado para a sociedade no presente e no futuro;
- Fortalecer as políticas públicas e instituições responsáveis pela gestão dos recursos hídricos, promovendo uma abordagem ecossistêmica da bacia hidrográfica;
- Desenvolver modelos de funcionamento de Comitês de Bacias prioritários, enfocando e fortalecendo a participação da sociedade civil, uso integrado do solo e gestão de recursos hídricos;
- Desenvolver programas de educação ambiental junto às comunidades ribeirinhas em bacias hidrográficas prioritárias;
Desenvolver modelos de manejo de bacias hidrográficas e trabalhar para a ampliação das áreas úmidas protegidas por meio da criação de Unidades de Conservação; - Implementar e documentar boas práticas de manejo e gestão de recursos aquáticos;
- Conscientizar o grande público, governos e o setor privado da importância de conservar e gerir os recursos hídricos, visando a otimização de seus diversos usos e a manutenção dos processos ecológicos naturais.
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