segunda-feira, 31 de maio de 2010

Satirizando para não chorar - mudas do rodoanel

Brasileiro produz 1,1522 Kg de lixo/pessoa/ dia

Repórter Diário - 26/05/2010

Brasileiro produz tanto lixo quanto europeu, diz estudo


O brasileiro já produz a mesma quantidade de lixo que um europeu. A
melhoria do poder de compra dos brasileiros está fazendo com que a
população do País produza cada vez mais lixo inorgânico, como
embalagens, ao mesmo tempo em que a implantação de programas de coleta
seletiva e os níveis de reciclagem não crescem na mesma medida.

A média de geração de lixo no Brasil hoje é de 1,152 quilo por
habitante ao dia, padrão próximo aos dos países da União Europeia
(UE), cuja média é de 1,2 kg ao dia por habitante. Nas grandes
capitais, esse volume cresce ainda mais: Brasília é a campeã, com
1,698 kg de resíduos coletados por dia, seguida do Rio, com 1,617
kg/dia, e São Paulo, com 1,259 kg/dia. Além disso, o volume de lixo
cresceu 7,7% em 2009 - foram 182 mil toneladas/dia produzidas ante 169
mil toneladas/dia no ano anterior.

O estudo, anual, abrange 364 municípios e foi realizado pela
Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (Abrelpe), entidade que reúne as empresas de coleta e
destinação de resíduos. "Alcançamos um padrão europeu de geração de
resíduos e estamos nos aproximando dos americanos (2,8 kg por
habitante/dia). Infelizmente, isso está acontecendo sem alcançarmos o
mesmo grau de desenvolvimento desses países", afirma Carlos Roberto da
Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe.

De acordo com o levantamento, 56,8% desse lixo vai para aterros
sanitários, 23,9% vai para aterros controlados (que não possuem
tratamento de chorume) e 19,3% termina em lixões. Os aterros das
grandes cidades, no entanto, caminham para a saturação. (AE)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Quanto vale o meio ambiente?

A Promotora de Meio Ambiente da Bacia do Baixo Acre, Meri Cristina Amaral
Gonçalves, participou em abril último, de curso oferecido pela Escola Superior do
Ministério Público do Estado de São Paulo, no qual foi discutido metodologias para
valoração de danos ambientais.
Do referido curso participaram membros do Ministério Público de diversos estados
brasileiros, além de técnicos que integram as equipes de assessoramento de
promotorias ambientais, e que subsidiam o trabalho de investigação de danos. O
tema, por ser bastante instigante e requerer a atuação de
expertos, contou com a
presença de professores doutores renomados de instituições de ensino e pesquisa,
os quais discorreram sobre a utilização de diversas metodologias para avaliar os
prejuízos decorrentes de danos ambientais.
A conclusão foi no sentido de que, como os temas relativos à natureza são
altamente complexos e interdependentes, não existe um método único para se
fazer tal avaliação, e que os resultados são sempre “estimativas”, já que não é
possível se chegar ao valor real de um rio, de alguns hectares de solo
comprometido por erosão e poluição decorrente de ação humana, de uma
paisagem, etc.
Ao final do evento foi produzido um documento, o qual se denominou Carta de São
Paulo.

CARTA DE SÃO PAULO - 2010 - VALORAÇÃO DOS DANOS AMBIENTAIS

Os Promotores de Justiça e Assistentes Técnicos dos Estados de São Paulo, Bahia,
Acre, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Santa
Catarina, reunidos por ocasião do "Seminário de Valoração do Dano Ambiental: Em
busca da efetividade da reparação", organizado pela Escola Superior do Ministério
Público de São Paulo e pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça
Cíveis e de Tutela Coletiva, após intensos e proveitosos debates, durante os dias 19
e 20 de abril, na sede da ESMP-SP, resolveram somar esforços e criar uma rede de
discussão e trabalho conjunto com o objetivo de estabelecer critérios e escolher a
metodologia de valoração dos danos ambientais mais apropriada à efetiva defesa
do meio ambiente, aprovando a seguinte moção: É necessário que os Ministérios
Públicos dos Estados continuem a debater a questão da valoração do dano
ambiental, com vistas à formação de unidade de entendimentos e, para tanto,
sugerem a criação de comissão no âmbito do CONCAUMA, fixando-se calendário
para a continuidade de discussão nos Estados.

Quanto vale o meio ambiente?

A reparação do dano ambiental é sempre exigível, independentemente da
existência de dolo ou culpa. No entanto, a valoração do meio ambiente não transita
no campo da objetividade. Ao se deparar com um caso de dano ambiental, o
promotor de justiça encontra-se diante de alguns paradoxos - como valorar uma
parte do ecossistema em detrimento do todo? Como aferir preço a algo que não
dispõe de valor de mercado?
Para discutir o tema, de caráter jurídico recente e de importância emergencial, a
Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo realizou nos dias 19 e
20 de abril o seminário "Valoração dos Danos Ambientais: em busca da efetividade
da reparação". O evento reuniu 70 membros do Ministério Público de nove estados
brasileiros, entre Procuradores e Promotores de Justiça, além de técnicos na área
ambiental, e contou com as exposições da Dra. Cristina Godoy de Araújo Freitas -
promotora de justiça de São Paulo e coordenadora da área de meio ambiente -
Profª. Dra. Yara Schaeffer Novelli - doutora em ciências-zoologia pela Universidade
de São Paulo e primeira perita brasileira em processo judicial para valoração do
dano ambiental - Prof. Dr. Enrique Ortega Rodriguez - mestre e doutor em
engenharia de alimentos pela Unicamp - Prof. Dr. Ademar Ribeiro Romeiro - PhD
em ciências econômicas na Universidade de Stanford - e Prof. Dr. José Aroudo Mota
- doutor em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília. O evento
fomentou a discussão sobre o tema e foi considerado um marco para a atuação do
Ministério Público nesta área.
A Dr. Cristina Godoy apresentou um panorama jurídico da atual situação da
valoração do meio ambiente no país e trouxe os conceitos necessários para
introduzir as demais exposições, dando base aos debates. Diferenciou os critérios
de recuperação e de recomposição, além das formas de recuperação do dano que
sempre deverão preceder a compensação e a indenização. Apontou que a
demolição nem sempre pode servir de fundamento à impossibilidade técnica de
recuperação do ambiente degradado. Apresentou, por fim, jurisprudências recentes
que determinam a inclusão dos danos intercorrentes (do dano à sua recuperação) e
dos danos extrapatrimoniais na valoração do dano ambiental. A Dra. Yara Novelli
apresentou uma brilhante exposição sobre os aspectos históricos relativos à
valoração monetária de danos ambientais e exemplos da sua aplicação em casos
práticos.
O Dr. Thiago Zarif, procurador de justiça na área de interesses difusos e coletivos e
debatedor do seminário, abordou questões de ordem prática quanto à efetividade
da reparação. Para discutir os métodos de fixação do valor ambiental, a palavra foi
dada aos engenheiros ambientais, geólogos e biólogos, técnicos das promotorias de
justiça de todo o país. O Prof. Dr. Enrique Ortega abordou a metodologia
emergética aplicada à valoração de serviços ecossistêmicos e discutiu algumas
medidas legais que antecipam a indenização ao dano. O economista Ademar
Romeiro, PhD em economia pela Universidade de Stanford, e o Dr. José Aroudo
Mota abordaram os métodos de estimação da disposição a pagar por parte do
empreendedor.
O seminário foi um sucesso e deverá inaugurar uma série de amplos debates sobre
a valoração do meio ambiente nos futuros eventos do Ministério Público em todo o
País.

domingo, 16 de maio de 2010

A tragédia do Instituto Butantã

Por Hugo Fernandes Ferreira

Caro Luís Nassif,

Gostaria de publicar o texto abaixo sobre o Incêndio na Coleção Científica do Instituto Butantan, para tentar mostrar a sociedade as graves consequencias que essa tragédia trouxe para a comunidade científica e o retrato das outras coleções espalhadas pelo país.

Fortaleza, 15 de maio de 2010.

Escrevo revoltado, porque acho que assim descarrego.

Hoje talvez tenha sido o dia mais lastimável na história da Zoologia brasileira nas últimas décadas. Hoje, dia 15 de maio de 2010, a Coleção Científica do Instituto Butantan, em São Paulo, foi completamente perdida.

Até o momento, estima-se que mais de 75.000 espécimes tenham sido incinerados. Espécimes raros, por muitas vezes únicos; espécimes endêmicos; espécimes de animais já extintos ou ameaçados; espécies novas ainda não descritas; espécimes-tipo; material em permuta nacional e internacional, enfim.

Centenas de graduandos, mestrandos, doutorandos, professores e pesquisadores não mais poderão consultar certos holótipos (indivíduos geralmente em perfeitas condições que representam oficialmente uma espécie), não poderão examinar a anatomia de certos espécimes, não poderão fazer certas revisões sistemáticas e taxonômicas, analisar conteúdo estomacal, descobrir novas espécies, realizar estudos biogeográficos, entre outras dezenas de importâncias de uma coleção como essa, referência em todo o globo. Muitos desses cientistas perderam meses, anos e décadas de pesquisas, algumas custeadas por grandes agências de financiamento. Muitos deles terão de adequar ou até mesmo se desfazer dessas pesquisas.

Milhares de exemplares estavam aguardando o processo de tombo na coleção. Os pesquisadores que dependiam desses números para lançarem seus artigos ou iniciar suas análises perderam essa chance.

A cada minuto eu consigo pensar em uma nova e trágica forma de perda para a Ciência. Acredito que nem os diretores do Instituto vislumbram nesse momento o tamanho do prejuízo.

Perdemos parte da história científica do Brasil.

Junto com a história, o país perde parte de sua dignidade.

Estou nesse momento envergonhado de representar um país que deixou uma de suas coleções mais aclamadas e referenciadas, fruto de um trabalho de mais de cem anos, iniciado pelo Dr. Vital Brazil, ter se evaporado em algumas horas.

Sim, deixou! O descaso das autoridades públicas, mesmo diante do apelo de diretores, curadores e coordenadores, para com a estrutura de nossas instalações acadêmicas é a motriz de toda essa tragédia.

O que me deixa extremamente preocupado é que, em 2008, quando estagiei no Museu Biológico do Instituto Butantan e visitei sua Coleção, vi uma estrutura bem melhor do que a maioria das coleções que já visitei. No começo do ano passado, pouca gente soube, mas o Núcleo Regional de Ofiologia da Universidade Federal do Ceará, do qual ainda sou colaborador, também sofreu um incêndio, que por pouco não atingiu sua Coleção Herpetológica, uma das mais representativas do Nordeste. Essa coleção enfrenta problemas sérios de estrutura, como umidade e instalações elétricas inadequadas.

Em situação pior está a Coleção de Herpetologia da Universidade Federal da Paraíba, onde mais de 10.000 animais tombados ou em processo de tombo sequer estão todos acondicionados em armários, pois não há espaço na minúscula sala, que ainda abriga o “laboratório” (que nada mais é do que três mesas e lupas em locais apertados e uma pia para processamento de material). A Coleção de Mastozoologia dessa mesma Universidade, que guarda a amostra de mamíferos mais representativa do Nordeste, também sofre com falta de espaço, carência de modernização e problemas de estrutura da sala.

Quanto a essas coleções acima citadas, tenho condição pessoal de atestar que seus diretores e curadores há muitos anos requerem melhorias, mas sem sucesso de retorno decente. Vale ressaltar que os grupos de pesquisa que deles fazem parte, há muito colaboram de forma contundente para a Herpetologia brasileira.

E pelo meu conhecimento, nenhuma coleção zoológica no país encontra-se sob uma estrutura ideal e muitas também enfrentam graves problemas, como as das Universidades Federais de Alagoas (UFAL), Rio Grande do Norte (UFRN), Pernambuco (UFPE), Museu Paraense Emílio Goeldi, entre outras.

Será necessário passarmos novamente pela vergonha de perdermos uma dessas coleções? E se o próximo for o Museu de Zoologia da USP (MZSUP) ou o Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ), os dois maiores do país?

Será que a Academia passa realmente os seus alunos os reais valores de uma Coleção? Será que se realmente passasse, não colocaríamos na sociedade formadores de opinião capazes de realizar uma pressão consistente sobre as autoridades para promover maior cuidado a esse patrimônio?

Tomara que o que aconteceu hoje sirva como pressão midiática para cobrar energicamente de nossos reitores, governadores, ministros e presidente alguma movimentação. Tomara que pelo menos a maioria dos meus colegas biólogos e que parte da sociedade entenda que o que aconteceu hoje é uma tragédia muito maior do que uma notícia de 15 segundos no jornal.

Perdemos um dos mais importantes acervos herpetológicos do mundo. Isso é irrecuperável, inafiançável. Espero que, enquanto cientistas, não percamos pelo menos o resto da decência que nos foi abalada.

Hugo Fernandes Ferreira

biólogo – CRBio 67.339/05-D

Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia) da Universidade Federal da Paraíba


Por Rogerio

O acervo que virou cinzas no dia de hoje era único. É como se tivesse queimado o Museu do Louvre. É possivel pintar uma nova Mona Lisa ? Esse era o grande diferencial do Instituto Butantan, seu acervo secular com milhares de serpentes, aranhas e escorpiões de diversas partes do Brasil e do Mundo. Um banco de dados importantíssimo para quem trabalha com classificação, biodiversidade, distribuição geografica desses animais. E isso acontecer justamente no ano internacional da Biodiversidade !Laboratorios podem ser construidos novamente, aparelhos podem ser comprados, mas esse acervo perdido era único.

Como a maioria das nossas desgraças, essa tambem já era anunciada. É interessante que esse é apenas mais um dos escândalos que afligiu essa instituição em alguns meses – coincidência ? Até quando vão deixar uma de nossas principais instituições ser destruída dessa forma ? Onde está o Ministério Público, a imprensa, a sociedade civil ? É preciso que se faça alguma coisa para salvar nossas instituições, nossos acervos, nossa memória, preservar a saúde de funcionários. É preciso envolvimento, coragem.

Dr. Rogerio Bertani
Presidente da COMSAT – Comissão de Saúde do Trabalhador, Instituto BUtantan.
Pesquisador Científico – Doutor em Zoologia

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Denúncie crimes ambientais


DISQUE AMBIENTE 0800 11 3560 - 24 HORAS ...

Serviço oferecido pelo Governo de São Paulo para combater crimes ambientais. Para denunciar, basta ligar para o 0800 11 35 60.

Não seja cúmplice.

Tome uma atitude, faça sua parte e deixe que a Secretaria do Meio Ambiente, a Cetesb e a Polícia Militar Ambiental tomem as devidas providências.

Denuncie :

desmatamento
queimada
despejo ilegal de lixo
poluição do ar
emergências químicas
crimes contra fauna e flora
tráfico de animais

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A novela sobre as tartarugas da Costa Rica

Nas últimas semanas tem corrido livre pela internet emails, com o assunto AJUDEM A DIVULGAR ESTE ABSURDO, contendo fotos de pessoas coletando ovos de tartarugas marinhas e os carregando em grandes sacos. O e-mail termina solicitando “FAVOR DIFUNDIR. ROUBAM OS OVOS DAS TARTARUGAS PARA VENDER AOS GOURMETS SOFISTICADOS. REPASSEM, O PLANETA AGRADECE”.

Por orientação do Projeto Tamar – ICMBio / Fundação Pró-Tamar, é importante esclarecer os fatos e estabelecer a verdade, pois o que sugerem o texto e as imagens não é exatamente o que parece. É mais uma “pegadinha” da Internet.

Uma das imagens que circula na internet ( crédito desconhecido)

A verdade

A Costa Rica tem enorme tradição de conservação das tartarugas marinhas. O pesquisador americano Archier Car, pioneiro na conservação de tartarugas marinhas, há 50 anos já trabalhava para preservar a espécie Lepidochelys olivacea (tartaruga oliva) em Tortugueiro, Costa Rica, hoje um dos maiores sítios de desovas dessa espécie no mundo.

E uma das características mais impressionante dessa espécie é que ela produz as Arribadas, um fenômeno que ocorre exclusivamente na Costa Rica. As tartarugas saem juntas da água em direção à praia para desovar, aos milhares, por varias noites seguidas. São mil na primeira noite, cinco mil na segunda noite e assim por diante.

Em cinco noites, cerca de 100 mil tartarugas desovam em pequenas praias, com cerca de 300 metros, em um verdadeiro engarrafamento na areia. Os ninhos das primeiras fêmeas são revirados pelas outras, expondo-os ao tempo e aos predadores (aves, onças, crocodilos e gambás), o que muitas vezes inviabiliza o sucesso reprodutivo.

Na Praia de Ostional, na Costa Rica, onde esse fenômeno também acontece, e que está retratado nas imagens, os moradores locais, baseados em dados biológicos, são autorizados a fazer o aproveitamento dos ovos que são depositados nos dois primeiros dias da arribada e que seriam destruídos pelas fêmeas que desovam nas noites seguintes. Ou seja, os moradores locais coletam os ovos depositados somente nas duas primeiras noites e deixam os ovos desovados nas três noites seguintes.

Como tudo na vida há prós e contras, críticas e elogios. Porém, os conservacionistas da Costa Rica acompanham, através das analises cientificas, o desenrolar dessa experiência que há dezenas de anos mobiliza milhares de pessoas e tartarugas.

Como estratégia de conservação, busca-se fazer um manejo sustentado equilibrando os interesses. Assim não se perdem milhares de ovos, a comunidade local tem uma fonte de renda e as tartarugas fêmeas não são capturadas e continuam se reproduzindo.

30 anos de Projeto Tamar – um fato curioso

No Brasil não há arribadas e as tartarugas oliva concentram suas desovas no Estado de Sergipe e no litoral norte do Estado da Bahia, apresentando a maior recuperação populacional entre as cinco espécies que ocorrem no Brasil.

Esse ano o Projeto Tamar comemora 30 anos de excelentes serviços prestados na proteção e monitoramento das tartarugas marinhas. Como elas podem levar até 30 anos para se tornarem adultas e aptas a se reproduzirem, estamos recebendo nas praias brasileiras a primeira geração de tartarugas protegidas pelo Projeto Tamar. Começaram protegendo cerca de duzentos ninhos da tartaruga oliva e hoje já são mais de seis mil ninhos por ano.

*Marcelo Szpilman, Biólogo Marinho formado pela UFRJ, com Pós-Graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela COPPE/UFRJ, é autor dos livros GUIA AQUALUNG DE PEIXES, AQUALUNG GUIDE TO FISHES, SERES MARINHOS PERIGOSOS, PEIXES MARINHOS DO BRASIL, e TUBARÕES NO BRASIL, e de várias matérias e artigos sobre a natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos em diversas revistas e jornais e no Informativo do Instituto. Atualmente, Marcelo Szpilman é diretor do Instituto Ecológico Aqualung, Editor e Redator do Informativo do citado Instituto, diretor do Projeto Tubarões no Brasil (PROTUBA) e membro da Comissão Científica Nacional (COCIEN) da Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos (CBPDS).

domingo, 2 de maio de 2010

Uso de energia renovável bate recorde no País

A matriz energética brasileira registrou nível inédito de energias
renováveis em 2009, segundo dados preliminares do Balanço Energético
Nacional (BEN), que será divulgado nesta quinta-feira (29/04) pela
Empresa de Pesquisa Energética (EPE). As fontes renováveis responderam
por 47,3% de toda a energia consumida no Brasil. Trata-se do maior
valor pelo menos desde a década de 70, quando o consumo de lenha
começou a cair no País.

O crescimento das fontes renováveis, porém, teve forte impacto de
fatores pontuais, como a boa hidrologia, que permitiu maior geração
hidráulica, e a crise econômica, que reduziu o consumo de carvão pelo
setor siderúrgico. Ou seja, o aumento da participação renovável se deu
pela redução da demanda por fontes não renováveis. O País consumiu
243,9 milhões de toneladas equivalentes de petróleo em 2009, 3,44% a
menos do que em 2008.

A maior redução se deu entre as fontes não renováveis (-5.85%), para
128,6 milhões de toneladas equivalentes de petróleo. Houve queda no
uso de carvão mineral (-19,4%), gás natural (-17,7%) e urânio (-7,6%).
Por outro lado, energia hidráulica, produtos da cana-de-açúcar e
outras renováveis tiveram aumento de 5,2%, 2,8% e 10,2%,
respectivamente.

A participação das energias renováveis na matriz energética se manteve
estagnada nos três anos anteriores, sempre com uma participação na
matriz energética ao redor dos 45%. O presidente da EPE, Maurício
Tolmasquim, disse que o patamar atingido em 2009 é o maior desde que o
Brasil passou a usar fontes mais modernas de energia. "Pode ser que,
antes dos anos 70, quando a lenha era consumida em larga escala, tenha
havido porcentual maior."

Embora haja expectativa sobre a retomada do consumo de carvão já este
ano, por conta do reaquecimento do mercado externo, Tolmasquim
acredita que a participação das renováveis deve se manter alta pelos
próximos anos. Ele argumenta que haverá aumento da oferta de energia
hidráulica, além de manutenção do crescimento das vendas de etanol.
(AE)

Aldo Rebelo, a Frente Nacionalista que quer modificar o Código Florestal e quem banca este falso comunista/socialista.

Ivan Valente grita “truco!” na orelha de Aldo Rebelo

Truco! Seis! Nove! Doze?

Os ruralistas, Aldo Rebelo (PC do B-SP) à frente, haviam convocado os
financiadores da SOS Mata Atlântica, como Coca-Cola, Unilever e
Bradesco, para deporem na Comissão de Meio Ambiente. Como a entidade
havia proposto a criação de uma lista de parlamentares exterminadores
do futuro por suas ações contra o desenvolvimento sustentável,
buscou-se uma forma de intimidação pública.

Através de requerimento do deputado federal Ivan Valente (Psol-SP),
foi aprovada ontem, na Comissão Especial do Código Florestal,
convocação para ouvir as multinacionais que financiam a bancada
ruralista. De acordo com a assessoria de Valente, Aldo (que teve a
campanha irrigada por grandes empresas como a Votorantim e a
Caemi/Vale) propôs a retirada do requerimento sobre a SOS Mata
Atlântica assim que viu o que estava para acontecer. Mas, pelo menos
dessa vez, o Congresso ficou sem ver uma negociata, uma vez que o
deputado do Psol se recusou a retirar o pedido. Os dois requerimentos
foram a votação e acabaram aprovados. Tem gente que vai sentir o gosto
amargo do próprio veneno.

“Os mesmos que defendem tais mudanças na legislação ambiental são
aqueles que foram contra a Lei dos Crimes Ambientais. São os mesmos
que, além de defenderem quem sistematicamente descumpre a lei
ambiental – como recomendou a senadora Kátia Abreu –, fazem lobby
pesado junto ao governo pelo adiamento constante da entrada em vigor
do decreto que determina a recuperação da reserva legal, aplicando
sanções a proprietários que desmataram mais do que o permitido”,
afirmou Ivan Valente em nota. Para ele, é preciso deixar claro que
interesses estão por trás da atuação desses parlamentares.

Como já disse aqui anteriormente, fala-se de interesses externos de
olho no solo e no subsolo da Amazônia. Culpa-se as ONGs estrangeiras
que atuam aqui por isso. O problema é que parte da sociedade,
parlamentares incluídos, trata disso como se o monopólio da canalhice
residisse no terceiro setor, ignorando o que é feito por certas
empresas e representantes do Estado. Parlamentares raramente falam
sobre a degradação ambiental, social, trabalhista causada por grupos
estrangeiros e nacionais que têm interesse no tipo de “progresso” a
qualquer custo. A Amazônia, o Cerrado e o Pantanal já estão
internacionalizados. E não é de agora. A discussão travada hoje não é
pelo acesso aos recursos e sim pelo espólio.

As convocações foram feitas. Quem não tem cartas na mão e está apenas
blefando que se cuide. Quem sai ganhando com tudo isso? A sociedade,
que vai receber um banho de transparência.