quinta-feira, 30 de julho de 2009

Disque Ambiente tem aumento de 58% no número de ligações

Foram mais de 4 mil ligações em junho; saiba como ajudar a combater crimes ambientais

Atualizado em 27 de julho às 16h15

Todo cidadão que presenciar crimes ambientais, como desmatamentos, queimadas, tráfico de animais silvestres, poluição do ar e emergências químicas, deve ligar para o Disque Ambiente (0800-113560) - o canal de denúncias e informações da Secretaria do Meio Ambiente.

Criado há mais de 10 anos, a média de atendimentos é de 3 mil ligações por mês. Com a campanha de divulgação realizada durante a Semana do Meio Ambiente (entre os dias 2 a 5 de junho), o número de ligações cresceu 58% na comparação com o mês de maio. Em junho, foram registradas 4.686 ligações.

A maior parte delas (51%), foram solicitações de informações sobre o meio ambiente. Na sequência, ficaram denúncias por emissão de fumaça (17,4%), supressão da vegetação, tráfico ilegal de animais silvestres e ocupações irregulares em área de proteção (6,3%) e poluição (4%).

Atendimento 24 horas

O Disque Ambiente foi aperfeiçoado em setembro do ano passado. Agora, o 0800 funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. O atendimento é feito por especialistas da área ambiental e com um menu simplificado, para não confundir a pessoa que faz a denúncia.

Atualmente, 25 funcionários atendem às ligações. O denunciante que quiser se identificar pode acompanhar o caso. Ele recebe em casa uma correspondência esclarecendo os resultados da denúncia, que é encaminhada para os órgãos vinculados à Secretaria, como a Polícia Militar Ambiental, a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e o Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN).

Um dos objetivos da Secretaria é ampliar a divulgação do canal de denúncias e, com isso, aumentar a participação da sociedade para combater os crimes ambientais. Com a atual infraestrutura, o Disque Ambiente tem capacidade operacional para atender até 12 mil ligações todos os dias.

Da Secretaria do Meio Ambiente

sexta-feira, 10 de julho de 2009

SP estuda importar água do Paraíba do Sul

Comitê começa a debater hoje proposta de construir adutora que comporia o abastecimento na Grande SP

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com disponibilidade de água comprometida na região metropolitana de sua capital, São Paulo estuda importar água do rio Paraíba do Sul, que abastece ainda Rio e Minas. O comitê paulista da bacia começa a debater oficialmente hoje a proposta de transferir água do rio, a partir da região de Jacareí.
A transposição, conforme estudos em andamento, é possível com a construção de uma adutora até a represa do Jaguari, que compõe o sistema Canteira, o principal da Grande SP.
O comitê, composto por Estado, prefeituras e sociedade civil, é o primeiro órgão a discutir a transposição, com volume mínimo de 5.000 litros por segundo, suficiente para abastecer 2,5 milhões de pessoas por dia.
Hoje, o Paraíba do Sul -que cruza SP, MG e RJ- já sofre uma transposição de 40% de suas águas, que depois chegam ao rio Guandu, principal manancial da região metropolitana do Rio. Cerca de 14,2 milhões de pessoas, somados os 8,7 milhões de habitantes do Grande Rio, servem-se do rio.
São Paulo já importa da bacia do Piracicaba metade da água que usa e, diante da queda da oferta das fontes disponíveis, o governo contratou uma empresa para estudar a exploração de outros mananciais.
A secretária Dilma Pena (Energia e Saneamento, pasta que tem assento no comitê) diz considerar o início da discussão "precipitado" porque o estudo não terminou. "O Paraíba do Sul existe dentro de um rol de alternativas. Nem sei de quanto [volume de transposição] poderia ser. É uma especulação."
A questão da transposição -a mais conhecida no Brasil envolve o rio São Francisco- é polêmica, ainda mais por envolver três Estados, avalia Benedito Braga, presidente do International Hydrologic Programme da Unesco e diretor da ANA (Agência Nacional de Águas).
"Toda transposição é problemática e essa suscitará muito debate. Mas, em situação de escassez, deve-se ter uma visão compartilhada." A polêmica se dá, diz, porque se retira água de uma bacia para levar a outra, baixando o volume do rio.
Para a secretária de Meio Ambiente fluminense, Marilene Ramos, a medida só é viável se não comprometer a qualidade da água retirada para abastecer o Grande Rio, que tem grande dependência do manancial.
A água perde qualidade após o ponto de transposição porque, com menos volume, fica difícil a dispersão de esgoto. "O que não pode é afetar a transposição para o [rio] Gandu, vital para o Rio", disse Ramos, que ainda preside o Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
Para que a Sabesp faça a transposição, o pedido terá de passar pelo aval da ANA.
O estudo envolve ainda ao menos três regiões: mananciais no Vale do Ribeira; o rio Tietê (represa de Barra Bonita); e o aquífero Guarani, em Botucatu.
Essas outras opções têm desvantagens, em razão da distância e da necessidade de bombeamento de enorme volume de água até a Grande São Paulo.
Já a represa do Jaguari fica a poucos quilômetros do Paraíba do Sul, que hoje tem água de sobra, conforme a ANA.