segunda-feira, 30 de março de 2009

Mudança do Código Florestal

A bancada ruralista fechou ontem um acordo para votar, na Câmara dos
Deputados, o projeto de lei que altera o Código Florestal, em vigor desde
1965. A proposta, em tramitação na Comissão de Meio Ambiente, teria apoio
irrestrito do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), em razão da
ampla votação a ele dada pelos ruralistas na recente disputa pelo comando
da Casa.


O projeto de lei, de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), contém
pontos altamente polêmicos nos debates com os ambientalistas. Entre os
mais discutíveis, estão a permissão para o plantio de espécies exóticas com
viabilidade comercial em metade das áreas devastadas da Amazônia. Culturas
como dendê e eucalipto seriam uma opção no reflorestamento das
propriedades.


Outro ponto delicado é a soma de de Áreas de Preservação Permanente (APP)
às áreas de reserva legal. Na Amazônia, a lei exige 80% de reserva legal.
Nos Cerrados de Estados da Amazônia Legal, são 35%. Nas demais regiões do
País, a exigência é de 20%. O texto do projeto também prevê a anistia de
passivos ambientais e a blindagem da produção em áreas com declividade
acima de 45 graus, desde que consolidadas há mais de dez anos. Isso
garantiria as lavouras de maçã, arroz, café e outras culturas hoje em
situação irregular.


A votação do novo texto do Código Florestal será um teste para a
apresentação de um projeto de lei mais abrangente. Os ruralistas preparam
uma proposta para o Código Ambiental, um "guarda-chuva" que condensaria
16.450 instrumentos legais em vigor no âmbito federal na área ambiental.
"São leis, portarias, normativos, decretos que ninguém conhece a
totalidade", diz o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária,
deputado Valdir Colatto (PMDB-SC). "Imagine o trabalho que é para quem
aplica e para quem tem que cumprir isso no dia-a-dia". Até meados de
abril, a proposta deve vir a público. "Temos que mexer com a área urbana,
tratar da ocupação do solo e de planos diretores"


A bancada ruralista afirma que o objetivo da nova lei, que deve abrir um
ampla discussão nacional, é "limpar" as legislações e reduzir a "alguns
poucos artigos" um código que serviria para a área rural e também urbana.
"Os detalhes restantes seriam regulamentados por decretos específicos e
portarias ministeriais", diz Colatto. Para ele, o mais importante nessa
discussão sobre as leis ambientais do país é "definir conceitos", como da
reserva legal, passando a imposição da obrigação da propriedade para a
bacia hidrográfica. "No caso das APPs, tudo teria que ser feito com base
em orientação técnica de entidades reconhecidas e respeitadas, como a
Embrapa", afirma o deputado.


O desenho da nova lei dispensa uma importância fundamental à
Embrapa. "Temos que usar os princípios e estudos técnicos realizados pela
Embrapa para definir essas questões", defende Colatto. O Código Ambiental
trataria, em linhas gerais, do crédito ambiental a produtores e
apresentaria espécies de premiações pela preservação do ambiente. Teria,
ainda, conceitos de pagamento por serviços ambientais e mudaria o atual
sistema de fiscalização, passando da imposição de multas pecuniárias para a
"orientação" dos produtores.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Número de municípios que mais desmatam sobe para 43

Lígia Formenti

Subiu para 43 o número de municípios que mais desmatam na Amazônia. A
primeira versão da lista de maiores responsáveis por desmatamentos,
preparada ano passado, era integrada por 36 cidades. O ministro do Meio
Ambiente, Carlos Minc, afirma que o ranking com maior número de integrantes
não é sinônimo de aumento de atividade ilegal na região. De acordo com ele,
a inclusão de novos municípios é fruto de critérios mais rigorosos usados
para preparar a relação. Na nova lista, foram incluídos os municípios de
Marabá (PA), Pacajá (PA), Itupiranga (PA), Mucajaí (RR), Feliz Natal (MT),
Tailândia (PA) e Amarante do Maranhão (MA). Três municípios devem sair da
lista: Alta Floresta (MT), Porto dos Gaúchos (MT) e Nova Maringá (MT). Para
isso, será preciso a comprovação da inscrição no Cadastro Ambiental Rural.

No ano passado, a lista foi formulada a partir de um único critério: eram
incluídas as cidades que, reunidas, eram responsáveis por 50% do
desmatamento na região. Hoje, Minc assinou uma portaria com critérios
definidos para que municípios sejam incluídos na lista e outra com os
requisitos para que cidades passem a ser consideradas com desmatamento
monitorado e sob controle.

Entre os critérios para o município ser excluído da lista estão: o
desmatamento em 2008 menor do que 40 quilômetros quadrados, 80% do
território com imóveis rurais monitorados por meio do Cadastro Ambiental
Rural e uma média de desmatamento em 2007-2008 igual ou inferior a 60% do
que havia sido registrado na média de 2004-2006. De acordo com a nova
portaria, para ser incluído na lista são observadas as seguintes variáveis:
área total de floresta desmatada, área de floresta desmatada nos últimos
três anos, aumento da taxa de desmatamento em pelo menos 3 dos últimos
cinco anos e desmatamento em 2008 igual ou superior a 200 quilômetros
quadrados. (AE)

terça-feira, 24 de março de 2009

Nível do mar e ação do homem ameaçam populações costeiras



Nível do mar e ação do homem ameaçam populações costeiras
Estudo ajudará a combater os efeitos das mudanças climáticas no litoral
Usinas termelétricas terão que compensar emissões de CO2
Piauí ganha primeiro comitê de bacia hidrográfica de afluentes do rio Parnaíba
Notas


Nível do mar e ação do homem ameaçam populações costeiras
Mesmo que não se confirmem, previsões de Macrodiagnóstico exigem intervenção imediata

Estudo do Ministério do Meio Ambiente, lançado na segunda-feira (20) no Rio, pelo ministro Carlos Minc, traz à tona, desta vez com dados concretos, o alerta de que o aumento do nível do mar e a ocupação desordenada já ameaçam as populações e a biodiversidade em várias regiões da costa brasileira.

O cruzamento de informações obtidas pelo estudo, que recebe o nome de Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha do Brasil, permitiu aos organizadores obter e analisar dados que poderão ser utilizados em casos de ações imediatas de intervenção, visando o planejamento e ordenamento dos espaços mais vulneráveis, mesmo que previsões não se confirmem.

O documento, elaborado pela Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, mapeia as localidades que apresentam os maiores potenciais de risco natural, social e tecnológico, em graus de vulnerabilidade que vão de muito baixo a muito elevado. Entre os segmentos costeiros da região Norte, por exemplo, são apontados como de elevado risco natural a Foz do Rio Parnaíba, sujeita a inundações. À questão do risco natural, soma-se a densidade populacional o que transforma quase todos os aglomerados urbanos da zona costeira em localidades propensas aos grandes riscos naturais. Entre elas, regiões densamente povoadas como a Grande Salvador, as cidades de Valença, Ilhéus, Porto Seguro, na Bahia.

A erosão costeira é outro risco natural que coloca o litoral capixaba e o norte fluminense entre locais de grande risco. Na região de Macaé, no estado do Rio, elementos naturais de risco somam-se à um acentuado desenvolvimento urbano e à exploração petrolífera. Outra situação de risco em grau elevado é a de Marambaia, também no litoral fluminense, com baixa altitude, situações climáticas e oceanográficas adversas, que podem ocasionar grandes inundações. Em São Paulo, a Baixada Santista também é área de elevado risco natural devido ao alto índice populacional e industrial. Segue na mesma circunstância os núcleos urbanos o litoral sul. São todas elas localidades com alto grau de vulnerabilidade e que necessitam de uma intervenção imediata.

Todas as capitais estaduais litorâneas apresentam grau elevado de risco social devido à ausência de esgotamento sanitário e de coleta de resíduos sólidos. A começar por Macapá (AP) no extremo Norte. À exceção das capitais estão entre as localidades com elevado risco social: Ananindeua (PA), Ubatuba (SP), São Vicente (SP), Joinville (SC) entre outras.

Já o risco tecnológico determina o potencial poluidor de atividades industriais que podem causar eventos danosos à vida, em curto, médio e longo prazos.

Estudo ajudará a combater os efeitos das mudanças climáticas no litoral
O Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha é um estudo fundamental para que se tenha uma dimensão da realidade do litoral brasileiro e será muito útil para orientar na implementação de ações de mitigação dos efeitos das mudanças climátias, como o inevitável aumento do nível do mar. A avaliação é do ministro Carlos Minc. Segundo ele, "vamos garantir que o desenvolvimento necessário não justifique a destruição ambiental".

Para Suzana Kahn, secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (SMCQ), as informações contidas no documento poderão ser utilizadas como instrumentos de gestão do território, reunindo em escala nacional as características físico-naturais e socioeconômicas da costa. "O macrodiagnóstico vai orientar ações de planejamento territorial, conservação, regulamentação e controle dos patrimônios natural e cultural e passa a ser um referencial teórico para diferentes segmentos da sociedade que atuam na zona costeira, além de apoio para elaboração de estudos e pesquisas", explicou .

Destinado a estados e municípios, a universidades e centros de pesquisa, a setores do petróleo e da pesca, entre outros, o macrodiagnóstico traz informações sobre geomorfologia, dinâmica populacional, potencial de risco natural, social e tecnológico. E ainda sobre a Zona Econômica Exclusiva (óleo e gás), e sobre a biodiversidade costeira e marinha.

A publicação contém oito conjuntos completos de cartogramas que abrangem a costa brasileira do Oiapoque ao Chuí. "Cada um destes conjuntos traz um diagnóstico com cruzamento de informações, onde se apontam áreas prioritárias para atuação setorial, áreas suscetíveis a inundações e com potencial de risco natural, informações que poderão ser úteis no processo de adaptação às mudanças o clima", explica o diretor do Deprtamento de Qualidade Ambiental do MMA, Rudolf de Noronha.

Usinas termelétricas terão que compensar emissões de CO2
Os procedimentos para licenciamento de usinas termelétricas serão alterados. O ministro Carlos Minc disse que assinará, em abril, portaria conjunta com o Ibama obrigando esses empreendimentos a compensar as emissões de CO2.

"O Ibama só vai conceder licença de instalação das térmicas de óleo e carvão se o empreendedor fizer abatimento das emissões", disse Minc durante solenidade de lançamento do Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha Brasileira, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Segundo o ministro, a portaria vai definir as formas de compensação a serem adotadas que poderão se dar, por exemplo, a partir do plantio de árvores, de investimentos em energias alternativas como a eólica e a solar, sistemas de captura de carbono na atmosfera, entre outras. "Com a portaria os empreendedores terão que internalizar em seus custos os danos ambientais que provocam", defendeu Minc.

Para ele, hoje o país está muito atrasado em relação ao uso de energias eólica e solar. Ele defende que sejam adotadas medidas para aumentar a competitividade da energia limpa para "torná-la mais acessível e mais barata", como onerar o custo das fontes de energia poluentes.

No dia 15 de abril o ministro pretende apresentar na reunião plenária do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) uma proposta de resolução sobre o tema. Com ela, o conselho poderá estender a estados e municípios a obrigatoriedade de compensação do gás carbônico emitido pelas térmicas.

Piauí ganha primeiro comitê de bacia hidrográfica de afluentes do rio Parnaíba
A instalação do primeiro Comitê de Bacia Hidrográfica do Piauí dos Rios Canindé e Piauí, afluentes do Parnaíba, na sexta-feira, em Teresina, marcou as comemorações do Dia Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março. Referindo-se ao tema dedicado à data Água compartilhada - Oportunidades compartilhadas, o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SHRU) do MMA, Vicente Andreu, lembrou que o Brasil tem grandes bacias hidrográficas compartilhadas, como a Bacia Amazônica e a Bacia do Prata.

O secretário Vicente Andreu, que participou da solenidade de instalação na capital piauiense, destacou a importância da gestão compartilhada, lembrando que ela se dá até em nível internacional. O Brasil compartilha com a Argentina, Paraguai e Uruguai da gestão do Aquífero Guarani, a principal reserva de água doce subterrânea da América do Sul. O reservatório natural de água doce é um dos maiores do mundo, com mais de um milhão de cem mil quilômetros quadrados. Na parte brasileira estende-se por oito estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

As águas do Aquífero Guarani têm qualidade para consumo doméstico, industrial e irrigação. Mais de 500 cidades são abastecidas, total ou parcialmente, com suas águas. De acordo com o secretário, o principal desafio da gestão compartilhada é a utilização sustentável dos recursos, e que sua utilização consciente só será possível com informação. "O Aquífero Guarani é mais famoso do que conhecido", disse referindo-se ao fato de que ainda faltam dados importantes para viabilizar sua total utilização.

Notas
Mudanças Climáticas - O Plano Nacional sobre Mudanças do Clima é antes de tudo um plano de metas, com ações, projetos e cronogramas que serão cumpridos pelo governo e pelo setor produtivo para que se chegue em 2017 a uma redução expressiva nas emissões de gases estufa. Foi isso que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, destacou na sexta-feira (20), durante debate no Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele classificou as ações voltadas para o combate ao desmatamento, não só na Amazônia, mas também no cerrado e na caatinga, como prioridades estratégicas para diminuir os efeitos do aquecimento global, reforçando o papel do Fundo Amazônia como fonte de recursos para a implementação das medidas. Minc lembrou, também, que o ministério enviará à Casa Civil sugestão para que o Programa de Aceleração do Crescimento na área da Habitação adote a energia solar térmica em substituição aos chuveiros elétricos nas construções de casas populares previstas. A medida visa reduzir a demanda por energia elétrica, o que significa menos emissões de gases estufa. O debate foi organizado pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. A secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Suzana Kahn, também participou do evento.

Seminário - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participa hoje (23), às 10h, do seminário De Poznan a Copenhagen: desafios para o Brasil no combate às mudanças climáticas, promovido pelo Greenpeace. O encontro será realizado no navio Arctic Sunrise, no Píer Mauá, no Rio de Janeiro. O objetivo do evento é debater a agenda brasileira de combate aos efeitos das mudanças climáticas para 2009 com vistas à Conferência sobre Mudança do Clima no final deste ano, em Copenhagen.

Antártica - O Ministério do Meio Ambiente lança no dia 1º de abril, às 10h, no auditório Guimarães Rosa, térreo do MMA, a publicação Antártica Bem Comum do Homem, que faz parte do Programa Antártico (Proantar) do MMA. Na ocasião haverá o lançamento pelos Correios do Selo Comemorativo ao Ano Polar Internacional.

sábado, 21 de março de 2009

Diga não ao bloqueio de blogs!


Diga não ao bloqueio de blogs!
Vira e mexe quem é da área de educação ambiental e trabalha para alguma instituição pública ou empresa me avisa que não pode promover um trabalho de educomunicação utilizando um blog - simplesmente porque a instituição proibe o acesso a blogs nos computadores internos.
Isso vai contra um dos preceitos da educomunicação, que é o da difusão e democratização dos meios de informação. e preocupa os blogueiros sérios, que utilizam a ferramenta blog como meio de trabalho, de interatividade, ou finalidade educativa.

Segundo o site Informação Virtual, que está encabeçando a campanha Diga Não ao Bloqueio de Blogs, muitos empresários e profissionais de TI justificam a proibição por acreditar que "a função dos blogs é disponibilizar downloads de programas e filmes piratas, que geralmente trazem junto com eles algum vírus ou código malicioso que infecta a rede corporativa". Outros, em "off", informam que simplesmente restringem tudo que distraia o funcionário.

Será que o universo corporativo poderia ser mais flexível, especialmente entre quem trabalha com educação e comunicação? Será que os especialistas já não têm formas de bloquear sites e blogs de conteúdo realmente negativo e prejudicial ao ambiente corporativo? E mais: se a empresa acha que todo esse universo virtual distrai, que tal promover uma mudança de postura dos funcionários, criando palestras, códigos internos de netiqueta, entre outros?

Se você tiver algum relato sobre como a sua empresa encara as ferramentas de interatividade pela internet, deixe seu comentário. E participe da campanha, postando sobre o tema em seu blog, disparando e-mails sobre o tema ou educamente sugerindo ao seu chefe que reveja os seus conceitos...
Boa sorte!

visitem
http://educomverde.blogspot.com/2009/03/diga-nao-ao-bloqueio-de-blogs.html
http://informacaovirtual.com/iv/
http://informacaovirtual.com/iv/internet/campanha-diga-nao-ao-bloqueio-de-blogs

quarta-feira, 18 de março de 2009

Relatório mostra que 42% de matas perdidas em cinco anos no planeta são do Brasil

Da Agência Estado
Em Genebra

O Brasil registrou a maior perda absoluta de floresta no mundo entre
2000 e 2005 e 42% de hectares de mata cortada no planeta nesses anos
ocorreu dentro do território nacional. A conclusão é da Organização
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que destaca
que os lucros com a expansão da agricultura e do etanol continuarão a
predominar nos próximos anos sobre a tentativa de frear o desmatamento
e toda a América do Sul continuará a perder sua cobertura florestal.

No mundo, a FAO alerta que a crise internacional deve aumentar a
vulnerabilidade das florestas e secar os financiamentos para projetos
ambientais.

200 km² a menos por dia

Entre 2000 e 2005, 200 quilômetros quadrados de florestas foram
perdidos no mundo a cada dia e o temor é de que os investimentos em
manejo sustentável sejam substituídos por uma exploração ilegal de
madeira.

Segundo a FAO, o Brasil perdeu 3,1 milhões de hectares de florestas
por ano no período. Isso significou uma redução anual de 0,6% na
cobertura florestal. O órgão da ONU informou que o País observou uma
aceleração no desmatamento em comparação ao período entre 1995 e 2000.
Naqueles anos, a perda de floresta foi de 2,6 milhões de hectares por
ano, 0,5% da cobertura.

No mundo, a perda florestal chegou a 7,3 milhões por ano, 200
quilômetros quadrados por dia. Isso representou 0,18% do território
por ano.

O ritmo de desmatamento no Brasil, portanto, foi seis vezes superior à
média mundial e o crescimento das exportações de grande escala de
soja, biocombustíveis e carnes é considerada pela entidade como
"responsável pela grande parte do desmatamento da região". O
levantamento conclui ainda que 75% do desmatamento na América do Sul
ocorreu no Brasil.

Em comparação a outros países, o Brasil lidera amplamente com a maior
área desmatada no planeta, mesmo que seu território ainda esteja
coberto por floresta em 57,2%.

terça-feira, 17 de março de 2009

MMA propõe energia solar para casas do PAC da Habitação

Gerusa Barbosa

O Ministério do Meio Ambiente vai propor à Casa Civil a utilização de energia solar nas casas populares construídas pelo PAC da Habitação em substituição ao chuveiro elétrico. A idéia foi lançada durante oficina de trabalho, promovida pelo MMA no último dia 10, com o objetivo de discutir a elaboração do programa do governo para desenvolvimento e disseminação de ações na área de aquecimento solar de água. A primeira versão do plano deverá ser encaminhada ao Planalto até o final da próxima semana.

Participaram do encontro técnicos da Secretaria de Mudanças Climáticas/MMA, do Ministério do Minas e Energia (parceiro da iniciativa) e de outros setores do governo e agentes internacionais. Com apoio do Ministério Alemão de Meio Ambiente, Proteção Ambiental e Segurança Nuclear, por meio da Cooperação Técnica Alemã (GTZ), a oficina teve como finalidade compartilhar as experiências dos diversos agentes que atuam na área, de modo a incrementar a utilização do aquecedor solar no mercado nacional de maneira ampla e eficiente, reduzindo seus custos de instalação.

A viabilização de um programa de incentivo da energia solar térmica poderá auxiliar na implementação do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que prevê o uso de aquecimento solar de água para mitigação dos efeitos climáticos. A energia solar é superior a qualquer outra forma de captação de energia convencional por tratar-se de uma fonte totalmente natural, ecológica, gratuita, inesgotável e que não agride o meio ambiente.

O chuveiro é responsável por um terço da energia elétrica consumida em uma residência, por isso é considerado o grande vilão do uso eficiente de energia. O aquecimento de água para banho é responsável por 5% do consumo de energia elétrica no País. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro- Oeste, sua participação é de respectivamente 24%, 26% e 26% do total da energia gerada. Já no Norte e Nordeste, esses percentuais são bem mais baixos, da ordem de 2% e 14%, respectivamente. Esse fato é responsável por aproximadamente 18% do pico de demanda do sistema elétrico nacional.

Os chuveiros elétricos são grandes consumidores de energia e, apesar de eficientes do ponto de vista de conversão de energia elétrica em térmica, seu uso não é considerado eficiente sob o ponto de vista da utilização da eletricidade. Assim, um sistema misto elétrico-solar torna possível obter até 80% da energia renovável e usar apenas 20% de energia elétrica.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Nova tecnologia elimina poluentes dos motores diesel

Redação do Site Inovação Tecnológica
06/03/2009

Protótipo da unidade de purificação eletroquímica dos gases de escapamento,
instalado em um motor diesel de 0,5 l.[Imagem: Risø National Laboratory for
Sustainable Energy]

Na teoria, os motores a diesel podem se tornar muito mais econômicos e
ambientalmente corretos do que os motores a gasolina, graças ao seu
princípio de funcionamento.

Mas isso é só na teoria, e virtualmente todos os motores diesel que equipam

os caminhões atuais causam sérios problemas de poluição, inclusive com a
emissão de nanopartículas danosas ao sistema respiratório humano,
hidrocarbonetos não queimados e óxidos de nitrogênio (NOx).

Purificação eletroquímica dos gases de escapamento

Agora, engenheiros da Universidade Riso, na Dinamarca, desenvolveram um
novo
sistema de purificação para os gases exauridos pelo escapamento dos motores

a diesel que é mais eficiente e mais barato do que os atuais filtros para
retenção de particulados e tecnologias deNOx - que capturam os óxidos de
nitrogênio.

A técnica, chamada purificação eletroquímica dos gases de escapamento, tem
várias vantagens sobre os atuais filtros e catalisadores, tornando-a
atrativa para uso a curto prazo pela indústria automotiva.

A purificação das partículas de carbono, dos óxidos de nitrogênio tóxicos e

dos hidrocarbonetos não queimados acontece integralmente dentro de uma
única
unidade filtrante.

Diesel sem aditivos

As soluções atualmente disponíveis exigem a instalação de um filtro para
retenção dos particulados e de um catalisador SCR (Selective Catalytic
Reduction) ou de de um absorvedor de NOX ou, ainda, de um recirculador dos
gases exauridos. A adoção dessas tecnologias exige alterações
significativas
no projeto dos veículos, além de impor aumentos de custos significativos.

Outra vantagem da utilização da purificação eletroquímica é que ela
dispensa
a adição de substâncias ao diesel. O filtro também dispensa os metais
preciosos, como a platina, normalmente utilizados nos catalisadores.

A purificação eletroquímica dos gases de escapamento opera de forma
independente da operação do motor, podendo também ser utilizada em motores
estacionários, como os utilizados em geradores elétricos.

Os pesquisadores esperam que sua nova tecnologia esteja pronta para
utilização comercial nos próximos 4 anos.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Cobertura sobre mudanças climáticas diminui, mas se qualifica

02/03/09
fonte GIFE

Pesquisa realizada pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi) constatou que o número de reportagens sobre mudanças climáticas publicadas na imprensa no ano passado foi menor do que nos últimos anos. No entanto, uma análise acurada sobre o material mostrou que o conteúdo editorial melhorou.

De acordo com o levantamento, as reportagens sobre a alteração do clima publicadas no primeiro semestre de 2008 caíram, em relação ao mesmo período de 2005 a 2007. Entre julho de 2005 e junho de 2007, foi publicada uma matéria sobre o tema a cada quatro dias. Já nos seis primeiros meses do ano passado, a média foi uma notícia a cada sete dias.

“Os resultados apresentados no estudo indicam que o agendamento das mudanças climáticas ainda não pode ser considerado uma prioridade pela imprensa brasileira de forma geral. Após um período de pico, entre o último semestre de 2006 e início de 2007, proporcionado pelo lançamento de pesquisas importantes sobre o impacto deste fenômeno, a cobertura assumiu uma tendência decrescente”, explica o documento.

Uma das razões apontadas pela Agência para a diminuição da discussão é o fato da cobertura ainda ser, em grande medida, pautada pela agenda internacional. E no primeiro semestre de 2008, poucos foram os destaques internacionais da agenda climática.

“A calmaria do cenário externo teve um desdobramento positivo: no período analisado, a produção editorial se caracterizou por uma valorização da esfera interna. O foco central dos textos, por exemplo, passou a se concentrar no governo brasileiro, e não mais nos governos estrangeiros”, aponta o texto do levantamento.

As mudanças climáticas estiveram mais presentes nas páginas dos veículos de abrangência nacional (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Correio Braziliense) e econômicos (Valor e Gazeta Mercantil). É possível constatar pelas conclusões do estudo que eles foram responsáveis por quase metade (48%) da cobertura. No primeiro estudo, respondiam por 37% do total de textos.

A análise aponta que, embora o volume de textos tenha sido menor, em relação ao período anterior, é possível identificar alguns avanços na qualidade do material publicado. “Houve aumento significativo na quantidade de textos que mencionaram questões relacionadas ao desenvolvimento e que apresentaram causas ou soluções para o fenômeno”.

Outro ponto importante diagnosticado pela nova análise é a mudança no enquadramento do tema. Se em 2005/2007, a grande preocupação era com as conseqüências do fenômeno, os dados do primeiro semestre de 2008 indicam uma valorização das estratégias de enfrentamento.

“Essa mudança no tipo de abordagem pode ser um reflexo dos debates registrados no nível internacional. Os governos e especialistas têm avançado, ainda que lentamente, na formulação de potenciais soluções, como metas de redução de emissões de carbono e utilização de energias renováveis”, explica o secretário-executivo da ANDI, Veet Vivarta.

Segundo o secretário-executivo, entre as limitações verificadas na pesquisa, encontra-se, novamente, a ausência de uma discussão mais aprofundada sobre políticas públicas. “Essa é uma falha que deve ser trabalhada pelas redações. Cabe à imprensa, como ocorre em relação a outros setores, cobrar um posicionamento mais efetivo dos poderes públicos diante da agenda climática”.

O principal desafio para o aprimoramento da cobertura, tal como mostra o estudo, é a necessidade de que a temática deixe as páginas especializadas e assuma um caráter transversal. “É fundamental que o fenômeno não seja concebido apenas como uma questão de interesse ambiental, e sim, como um problema que atinge as mais diversas áreas, como a política e a economia”, conclui Vivarta.

link da pesquisa http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/945

novos números do desmatamento na Amazônia

Com relação ao concurso do ministério, Minc disse que o edital já está
sendo preparado e destinará 550 vagas para o Ibama e 450 para o Instituto
Chico Mendes. "Este pessoal vai trabalhar para a logística e ações de
inteligência. Vamos acabar com essa história de fazenda com grandes áreas e
pouca fiscalização", disse.

O ministério também prevê a contratação de quatro aeronaves para
monitoramento da região amazônica. Os aviões de pequeno porte servirão para
confirmar as informações captadas por satélite.

Sobre o relatório do Inpe divulgado nesta manhã, que apontou uma queda de
mais de 70,2% com relação ao mesmo período do ano passado, Minc disse "é
uma queda muito expressiva, mas insuficiente. Queremos o desmatamento
ilegal zero".

Entre novembro de 2008 e janeiro de 2009, a Amazônia perdeu 754,3 km² de
florestas, o equivalente à metade do município de São Paulo. Na comparação
com o mesmo trimestre (novembro-janeiro) do período anterior (2007/2008),
quando o Inpe registrou 2.527 km² de desmatamento, houve queda de 70,2%. No
entanto, esse período havia sido atípico, o que levou inclusive ao
desencadeamento da Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal e do Instituto
Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além
disso, os números não são precisos, pois a cada mês varia a cobertura de
nuvens sobre a região.

O ministro citou algumas ações que devem ser adotadas para manter a queda.
"Ainda neste mês de março, vamos fazer um acordo com o setor da pecuária
para moratória da carne ilegal e também com os bancos privados por meio da
Febraban (Federação Brasileira de Bancos) para que só financiem projetos
sustentáveis".

terça-feira, 3 de março de 2009

Governo estuda ampliar crédito para tratamento do lixo

02/03/2009

Suelene Gusmão
Os ministérios do Meio Ambiente e das Cidades, a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) estão estudando a abertura de novas linhas de crédito para a gestão de resíduos sólidos pelos consórciios intermunicipais. O anúncio foi feito na última sexta-feira (27) pelo secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Vicente Andreu, do Ministério do Meio Ambiente, durante reunião com seis prefeitos da região metropolitana de Campinas (SP). Vicente Andreu propôs a implantação pelos municípios do Plano de Gestão Integrada de Manejo de Resíduos Sólidos. "Com o plano, podemos definir melhor as soluções a serem utilizadas", destacou.

Os seis municípios, Nova Odessa, Americana, Santa Bárbara d'Oeste, Sumaré, Hortolândia e Monte Mor, são integrantes do Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Campinas. Vicente Andreu informou que o MMA já está investindo entre R$ 350 mil e R$ 400 mil na realização de arranjos regionais para indicar soluções para o meio ambiente, como o consórcio regional do lixo. Ele ressaltou que a construção de aterros sanitários controlados ainda é a melhor solução para a redução dos impactos ambientais na realidade brasileira. Além disso, a gestão em parceria diminui consideravelmente os custos, que são rateados entre os participantes do consórcio, cabendo ao governo entrar com parte dos recursos pela suas linhas de crédito.

Uma das estratégias que tem merecido especial atenção do governo federal na gestão dos resíduos sólidos é o incentivo às cooperativas de catadores e recicladores. Eles são fundamentais no processo de diminuição da quantidade de resíduos sólidos efetivamente destinados a aterros ou usinas.